Editora da Jordânia inaugura site com HQs de brasileiros
A
editora Aranim, da Jordânia, acaba de inaugurar seu site
oficial. Mas as HQs nele presentes são quase todas de origem brasileira.
Dos 11 títulos apresentados no site, dez foram escritos por Marcelo Cassaro
e um (Princess Heart) por Petra Leão. Atualmente, ambos são roteiristas
de Turma da Mônica Jovem.
Nos desenhos, os autores brasileiros também predominam. Eduardo Francisco
(Victory) é o responsável pelo traço de oito HQs - só não ficaram
sob sua responsabilidade Fox Hill, Agent Zero e Princess
Heart, este último desenhado pela brasileira Gislene Maymi.
"Como quase não há profissionais de quadrinhos no Oriente Médio, Suleiman
Bakhit, CEO da Aranim (e também filho do ex-primeiro-ministro da
Jordânia), encontrou o Edu (Francisco) via Deviant Art. E foi ele,
com quem trabalhei em Victory, que me indicou", contou Marcelo
Cassaro ao Universo HQ.
No entanto, nenhum trabalho traz o crédito dos autores. "Nenhum de nós
fez muita questão. Como eu não tinha muita familiaridade com a cultura
árabe e nem controle sobre o trabalho final, preferi não assinar", explica
Cassaro.
Mesmo assim, o trabalho exibiu bastante pesquisa por parte do roteirista.
"Para Hawker Hunter, eu precisava saber sobre manobras de combate
aéreo reais - tive que ver toda a série Dogfights, do History
Channel", relata Cassaro. "Já para Battle for the Old City
(sobre a retomada de Jerusalém), li um tratado histórico de 490 páginas."
Segundo o autor, outros foram mais tranquilos, como Shoot, sobre
futebol, que foi produzido porque uma antiga animação japonesa chamada
Akakishi no Erebun (Os Onze Guerreiros Vermelhos) virou
febre na Jordânia e até hoje o tema do desenho é cantado nos estádios.
"E teve também Manzaf & Ozi, sobre uma dupla de trapalhões loucos
por um prato típico local, o manzaf... que eu nunca comi", conta.
As HQs foram produzidas originalmente como revistas impressas. Hawker
Hunter, por exemplo, foi publicada e encartada no maior jornal da
Jordânia em 2007 e virou o quadrinho de maior tiragem no Oriente Médio.
Metade delas teve patrocínio das Forças Armadas da Jordânia e narram batalhas
históricas. Mas, segundo Cassaro, algumas séries devem sair direto como
webcomics.