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Editora Noir lança dicionário pioneiro com verbetes de 1035 personagens brasileiros de quadrinhos

12 setembro 2022

Um dicionário não se escreve da noite para o dia. Pode levar anos. Ou mais de meio século, como este que a Editora Noir está lançando: Grande Dicionário do Quadrinho Brasileiro (formato 16 x 21 cm, 416 páginas, capa cartonada, R$ 119,00), de Gutemberg Cruz.

O livro está à venda na Amazon com frete grátis passa assinantes Prime, além de também poder ser encontrado no site da editora.

A obra surgiu quando o jornalista e crítico cultural baiano começou a ler quadrinhos na infância, no início da década de 1960. De lá para cá, ele colecionou praticamente tudo que saiu de artistas brasileiros e fichou todos os personagens, dos mais famosos como Pererê, Mônica e Rê Bordosa, aos menos conhecidos ou lembrados.

Até que, nos últimos dez anos, decidiu transformar tudo em uma obra pioneira de consulta para fãs e pesquisadores, com 1.035 personagens. “É um trabalho fabuloso de pesquisa que chega como referência para pesquisadores e foi editado com bastante cuidado, revisto por três consultores”, diz o editor Gonçalo Junior. O critério usado pelo autor foi que cada personagem tenha sido publicado em algum jornal ou revista de grande circulação. “Claro que esperamos receber sugestões de quem sentiu falta de algo para que possamos fazer uma ampliação no futuro”, acrescenta.

Cruz cobre em sua pesquisa quase 160 anos de história e chama atenção pela amplitude de seu levantamento, com zelo por muitos personagens hoje esquecidos da primeira metade do Século 20, publicados em revistas como O Tico-Tico, Careta, A Gazetinha, A Cigarra, Suplemento Juvenil e O Globo Juvenil, dentre tantos outros. Antenado também com o que tem saído nos últimos 30 anos, o autor traz centenas de criações desse período.

Do início do Século 20, ele relaciona os personagens Lamparina (J. Carlos), Reco, Bolão e Azeitona (Luis Sá), Tinoco o caçador de feras (Theo). Chegam os anos de 1930 com o mordaz e defensor do povo Juca Pato (Belmonte); e destaca a musa do modernismo Pagu (Patricia Galvão), que publicou o trio Malakabaço, Fanika e Kebelluda. Um painel da vida brasileiro em diferentes regiões com João Tymbira, de Francisco Acquarone de 1938, e O terror do Garra Cinzenta, de 1939.

Nos anos de 1940, destaque para o malicioso Amigo da Onça (Péricles). Na década de 1950, Dr. Macarra, de Carlos Estêvão. Ziraldo aparece nos anos de 1960 com a Turma do Pererê e logo em seguida Henfil invade os quadrinhos com Fradim, Graúna e Ubaldo, o paranoico. O aventureiro dos pampas gaúchos Aba Larga de Getúlio Delphin, o marginal Rango de Edgar Vasques e o Super Cupim do Rio Grande do Norte. Os anos de 1970 foram prósperos para Mauricio de Sousa e sua Turma da Mônica.

De lá para cá surgiram centenas de outros personagens, como Bob Cuspe, Rê Bordosa, Piratas do Tietê etc.

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