Editora Pixel estréia com Corto Maltese e promete muito mais
Corto Maltese, a obra máxima do italiano Hugo Pratt, finalmente volta ao Brasil, pela Pixel Media, a mais nova editora do mercado de quadrinhos, fruto de uma parceria inédita entre a Ediouro e a Futuro Comunicação.
E a estréia é em grande estilo, com um dos maiores clássicos dos quadrinhos mundiais: A Balada do Mar Salgado (formato 21 x 28 cm, 176 páginas em preto-e-branco, papel couché, R$ 33,00), primeira aventura do personagem, que já foi publicada aqui em 1983, pela L±. Infelizmente, no entanto, a editora gaúcha nunca deu a merecida atenção a Corto Maltese.
Agora, a Pixel promete lançar todos os álbuns do garboso marinheiro. Até então, apenas os leitores que tinham acesso às belas edições da portuguesa Meribérica / Liber puderam acompanhar suas aventuras cheias de intriga, ação, romance e até humor.
Criado em 1967, Corto Maltese logo se tornou um dos mais fascinantes personagens de histórias em quadrinhos de todos os tempos. Aventureiro, misterioso, conquistador, audacioso, dono de um espírito libertário e amante da liberdade, sempre concedida a ele pelo mar, o personagem virou sinônimo de HQ de qualidade.
Sempre trajando um casaco azul-marinho, quepe branco e com seu brinco na orelha esquerda, Corto é a personificação do homem do mar. Esse apego pelo oceano o herói herdou de seu pai, um marinheiro inglês. De sua mãe, uma exuberante cigana andaluza, ganhou a pele morena, o amor pela liberdade, a arte de ler passado e futuro nas cartas e, principalmente, o gosto pela aventura, conhecendo a cada porto novos lugares e pessoas.
Em suas aventuras, passadas na costa brasileira, em Veneza, na Argentina e em diversos países da África e Europa, Corto encontra figuras históricas e personagens conhecidos como Stalin, Jack London, o Barão Vermelho e outros. Além de "desfrutar" da companhia do barbudo Rasputin, seu inimigo ou aliado, dependendo da circunstância.
As histórias de Corto Maltese eram fruto de uma intensa pesquisa de Hugo Pratt (morto em 1995). A diferença é que o autor as fazia in loco, pois também era um viajante inveterado.
A editora garante que Corto Maltese é só o "pontapé inicial" no mercado de quadrinhos. Para tanto, já anunciou outros títulos bastante interessantes, como Gullivera e A Metamorfose de Lucius (ambos já lançados pela Meribérica; e Gullivera também publicado pela Heavy Metal Brasil), do italiano Milo Manara; Madman, de Mike Allred; Heart of Empire (seqüência de As Aventuras de Luther Arkwright cujas primeiras histórias foram lançadas aqui em dois álbuns da Via Lettera), de Brian Talbot; Shock Rockets, de Kurt Busiek (roteiro) e Stuart Immonen (arte); Jingle Belle, de Paul Dini; Thief of Always, de Clive Barker (argumento), Kris Oprisko (roteiro) e Gabriel Hernandez (desenhos).
Além disso, Criaturas da Noite, de Neil Gaiman (texto) e Michael Zulli (arte), e Arthur - Uma Epopéia Celta, de David Chauvel (roteiro) e Jérôme Lereculey (desenhos), deverão ganhar edições encadernadas mais luxuosas.
Outra boa notícia é que a editora lançará quadrinhos nacionais voltados para o público adulto. E começa logo O Curupira, trabalho inédito do mestre Flavio Colin, falecido em 13 de agosto de 2002. No álbum, o autor utiliza a lenda do Curupira para mostrar diversas facetas dos problemas ambientais do Brasil.
Os quadrinhos da Pixel serão lançados em bancas selecionadas e livrarias e a promessa é de álbuns de grande qualidade editorial, em sua maioria com 100 a 200 páginas, formatos grandes e valores entre R$ 20,00 e R$ 35,00. Fica a torcida do UHQ pelo sucesso da empreitada.