As eleições brasileiras continuam sendo um terreno farto para os quadrinhos se manifestarem nas mais diversas formas.

Foi o que mostrou o jornalista Pedro de Luna no JBlog Quadrinhos, do JB Online, ao revelar exemplos de como os quadrinhos se transformaram em poderosa ferramenta para a divulgação das propostas dos candidatos.

À parte os que distribuem gibis polêmicos e aqueles que não se sentem embaraçados ao aparecer na TV vestidos de super-heróis, muitos postulantes às Assembleias Legislativas ou à Câmara dos Deputados têm usado a linguagem das HQs de uma forma mais criativa, mas não menos discreta.

É o caso de Felipe Peixoto, do PDT-RJ, que espalhou, pelas ruas de Niterói, cabos eleitorais que carregam nas costas algumas placas no formato de balões de diálogo, nos quais se lê "O meu voto é transparente".

Peixoto ainda distribui um folder que, na forma de quadrinhos, mostra o seu dia a dia e as promessas de campanha. O material traz como brinde uma cartela de adesivos com tipos diversos de balões.

Completando a lista de mídia promocional do candidato, uma animação de um minuto de duração está disponível no YouTube.

No Rio de Janeiro/RJ, os petistas Vladimir Palmeira e Cida Diogo também lançaram revistas em quadrinhos contando histórias em que são inseridas as respectivas propostas dos candidatos.

Segundo a revista Época, a candidata à presidência da República pelo PV, Marina Silva, teria alguns dos vídeos de sua propaganda na TV produzidos no formato de HQ animada. Embora alguns cartunistas tenham sido sondados para a tarefa, a ideia não vingou.

Mas em Alagoas, o deputado federal Benedito de Lira, do PP, concorre à reeleição usando os quadrinhos animados, cujos cenários também servem de fundo para vídeos avulsos em que outros políticos prestam depoimentos de apoio à sua candidatura.

E houve quem usasse os gibis somente na campanha de pré-candidatura, como fez José Serra poucos meses antes de ser escolhido oficialmente concorrente à presidência pelo PSDB.

O partido de Serra estava distribuindo em todo o Brasil, até o último mês de junho, uma série de quatro gibis temáticos, cada um com 12 páginas coloridas, que versavam sobre educação, saúde, programas sociais do governo atual (no qual era discutida a verdadeira paternidade do Bolsa Família) e outros assuntos, preparando o eleitor para a campanha do candidato tucano.