Encontro de mangás e animês: confira o Avex Extreme, em São Paulo
O
campus vertical da Uninove
no bairro da Barra Funda, em São Paulo/SP, sediou neste final de semana
(no domingo e na segunda-feira do feriado) o primeiro Anime Vision
Extreme - AVEX
2004.
O Universo HQ esteve presente na tarde do domingo visitando o Avex;
em especial, os produtores de fanzines que estavam lá.
Para quem nunca foi a um evento do tipo, uma comparação possível é a de
um Carnaval sem bagunça. O principal elemento deste Carnaval é a presença
de muitos jovens que curtiram a proposta do cosplay: semelhante à tradição
ocidental dos "Mascarados", eles se apresentaram trajados com roupas e
adereços que os identificam com seus personagens prediletos.
Como todo bom folguedo, não há um foco central, e os participantes da
grande festa se distribuíram, democraticamente, pelos espaços que mais
lhes atraíam.
Os principais destaques desta festa eram as salas de projeção de animês,
mas havia muita concorrência pelas máquinas de games e à loja da Comix
Book Shop, que ofereceu na Avex mais de 800 itens diferentes,
que incluíam, além dos esperados - mangás, DVDs de animês e itens de RPG
- gibis e álbuns de outros estilos de quadrinhos e livros sobre HQs.
Outros estandes incluíam produtoras e distribuidoras de animês.
Um motivo adicional para o clima de tranqüilidade do evento foi que a
programação apresentada estava sendo cumprida à risca, o que explica porque
alguns milhares de pessoas pagaram o preço de dez reais por dia e pareciam
satisfeitos com o desembolso.
Entre os fanzines presentes, estavam:
L'Arc, de Ferraz de Vasconcelos, uma série de três mangás de Márcio
Rogério Bob. Márcio é professor de mangás e quadrinhos em Ferraz de
Vasconcelos/SP, onde, segundo ele, a arte está consolidada, já tendo seus
vôos próprios;
Homem-Grilo,
de Osasco, que "ainda" (veja
nota) está no número #1, mas já merecia ter chegado ao #2, não só
pela batalha de Cadu Simões e Ricardo Marcelino, mas porque o sarro do
Homem-Grilo com os roteiros de super-heróis promete evoluir...
Indígenas,
de São Paulo, de Paulo Dias e Walter Paixão, lançado em julho no Anime
Com;
Make Yourself, de Mauá/SP, que esteve presente com os números #1
e #2;
Prozak,
de São Caetano do Sul, de Michel Garcia. Ilustrado, traz como destaque
uma agenda de notícias do mundo dos fanzineiros;
Shojo
Dream, uma coleção de seis zines coloridos de mangás da paulistana
Bárbara Linhares e mais oito colegas;
Sob o Signo de Urano, número #3, do grupo Yuuki Dreams,
que estava sendo lançado no Avex;
O Viajante Cósmico, de Palmitos/SC, de 2003, zine produzido em
preto e branco por Petter Baiestorf, que conta com desenhos de Michel
Garcia. O zine traz algumas histórias curtas em homenagem a Jodorowsky.
Para conhecer um perfil do Baierstorf, que também produz vídeos independentes,
clique
aqui;
W, de São Bernardo do campo, zine associado ao Projeto Dablio,
de Rodolfo Hey Toccecelli, com destaque para a capa de Mary Harumi;
Yang-Yang, um elegante mangá de yaoi, que traz inclusive um glossário
sobre o assunto, da paulistana Elizabeta;
Um destaque individual foi dos mangás de Leticia Yukari I. Kushida, de
Mauá/SP, que você pode conhecer
aqui.
Uma boa notícia divulgada no Avex foi a realização do MauÁnime,
exibição de filmes de animês em Mauá (no Grande ABC), no dia 5 de dezembro
(a primeira data, em 7 de novembro, foi cancelada).
Além dos zines de quadrinhos e mangás, outros fanzines que estiveram expostos
no evento foram O Bravo Bardo de um Bardo, de Cássio Macedo Lopes
de Aquino, uma coletânea de poesias, e um zine sobre literatura de vampiros
que estava exposto no estande que tinha a convidada
especial do Avex: a escritora Giulia Moon: o NecroZine,
associado ao Círculo
de Crônicas, ambos lançados em setembro.
A pesquisadora Martha Argel, colega de Giulia Moon em várias empreitadas,
estava apresentando seu livro ilustrado sobre aves do Brasil para crianças:
o Voando pelo Brasil, que já tinha sido apresentado no 6º
Sampa RPG, dia 6 de novembro. O Neorama
vai publicar uma nota especial sobre este livro.
Como toda a festa que se preza, teve quem trabalhasse duro: 40 pessoas
se envolveram na produção de evento, e a julgar pelo extremo cansaço de
um dos coordenadores, o Adal (Adalgizio de Souza Junior), foram dois meses
de muita batalha. Mas, se o próprio Adal nos disse que o resultado foi
gratificante, a festa está completa.