Ensaio do Vazio, livro de Carlos Henrique Schroeder, vira graphic novel
Em 2006, Carlos Henrique Schroeder lançou seu oitavo romance, Ensaio do Vazio. Aos poucos, o livro foi abrindo e consolidando seu espaço na cena literária não apenas pelos temas tratados - como o anseio do personagem/narrador pela satisfação imediata de seus desejos, numa trama permeada por crimes, drogas e muito sexo - como também pela mescla de monólogos, pensamentos e diálogos, envolvendo Ricardo, o artista plástico, pivô da história.
Agora, seis anos depois, a história ressurge em forma de graphic novel com arte de cinco ilustradores, brasileiros e argentinos. De acordo com o autor, a adaptação deve ser encarada como um novo trabalho, não como uma derivação do texto escrito. "Essa história só vai se solidificar em sua cabeça", disse.
Ensaio do Vazio conta, de forma não linear, a história de Ricardo, um bem-sucedido artista plástico que tramita entre presente, passado e reflexões/alucinações do personagem.
Ricardo revela ao leitor sua participação num estupro e assassinato, que deriva de uma busca desmedida por uma posição social mais popular entre jovens universitários e do uso de drogas. O personagem, no papel de narrador, conta os conselhos depravados que aprendeu com o pai e encontra-se no meio de uma indecisão sexual entre Kátia, a esposa ausente, Joana, a prostituta de luxo e Yara, o fantasma de um amor passado.
O formato de graphic novel mantém sua divisão original de cinco capítulos, em que cada um deles ficou a cargo de um ilustrador diferente, dando a impressão de que cada sessão que se abre é uma nova proposta.
Os desenhos ficam por conta de Diego Gerlach, Pedro Franz, Berliac, Manuel Depetris e Leya Mira Brander.
"O livro é carregado de imagens fortes e a adaptação para os quadrinhos deixou isso bem claro", afirma Carlos Henrique.
Ensaio do Vazio tem 140 páginas e é uma publicação da 7 Letras e da Editora da Casa.