Após o final da saga Blitz, que aconteceu em Flash # 200, muitas mudanças acontecerão na vida do velocista escarlate. O escritor Geoff John planeja a maior reformulação já feita no personagem desde Crise nas Infinitas Terras, e seus planos começam a ser colocados em prática com o arco de histórias Ignition.

Foi justamente sobre isso que o autor deu mais detalhes, de como esses acontecimentos afetarão a vida do herói.

"Basicamente, o que queremos fazer é o que os outros não estão fazendo. A identidade secreta no mundo dos super-heróis vem sendo chamada de arcaica e desnecessária, e não acredito nisso. Vamos abrir um novo mundo para o Flash interagir e se preocupar, além de adicionar mais tensão à revista e prendê-la à realidade, ao dar uma visão moderna ao assunto da identidade", explicou.

Wally West, o Flash, não possuía identidade secreta, e seu nome verdadeiro era conhecido por todos, sejam heróis, bandidos ou pessoas comuns do Universo DC. Agora, isso mudará. "A edição 200 terminou com ninguém sabendo quem é o Flash, e a 201 se passa alguns meses depois, com Wally conseguindo um novo emprego", revela. "Ele terá sua carreira e tudo girará em torno dele como personagem."

"Vamos reconstruir sua vida e abordá-la de maneira diferente, porque os problemas que estávamos tendo não eram exatamente com Wally, já que ele era apenas o Flash. Ele nunca teve muitos interesses além de ser um super-herói, e a identidade pública fazia com que todos o reconhecessem em qualquer lugar, seja num restaurante ou a trabalho. Sempre o viam como o Flash, e não como Wally West", analisou Johns. "Devolvendo a identidade secreta, ele pode se meter em encrencas, ser despedido, deixar alguém irritado e tudo mais. Estamos trabalhando duro nisso."

De acordo com o escritor, Ignition será uma história de autodescobrimento, na qual o personagem será reintroduzido no Universo DC. "A cronologia não será mudada", garante. "A Liga da Justiça, Joel Ciclone e os outros heróis sabem que conheciam a pessoa por baixo da máscara, apenas não conseguem se lembrar do nome ou do rosto. Quando o Flash volta a aparecer, eles o confrontarão. Essencialmente, vamos refazer o status quo nos próximos meses."

Geoff Johns não quis dar muitos detalhes da história, mas fez questão de dizer que, fora o fato de possuir superpoderes, Wally é um homem comum. "Ele se sente confortável em meio a pessoas que não são demasiadamente educadas, não lê muitos livros e não assiste a muitos filmes de arte ou vai ao teatro", garante.

Com uma nova vida, novos personagens coadjuvantes também serão criados, como colegas de trabalho.

Apesar de já estar há um bom tempo à frente do título, a fase do autor vem arrancando elogios dos fãs. E, pelo jeito, sair é algo que ele ainda não está considerando. "Estava conversando com Dan DiDio (vice-presidente executivo da DC Comics) sobre a revista e como estava feliz com o resultado do trabalho, mas que algo ainda faltava, e estava procurando uma maneira de como redefinir Wally West. Dan me respondeu que as pessoas não conseguiam ver Wally, porque ele estava sempre de uniforme, e isso ficou fermentando na minha cabeça", disse.

"Recentemente, o Demolidor, Capitão América e Homem de Ferro revelaram suas identidades, quase que simultaneamente. De certa maneira, acho que isso pode ser um erro. No caso de Wally, isso lhe dará a chance de interagir com as pessoas num mesmo nível, cometer equívocos e ser apontado como culpado pelos outros. Ele pode se afastar da vida de super-herói e ter uma vida própria."

"À medida que eu e Dan conversamos mais, não gostava da idéia de colocar outra pessoa na roupa do Flash. 'Meu nome é Tom Sanders', ou algo do tipo. Ele precisava ser Wally West! Mas e se ninguém lembrasse que Wally é o Flash, incluindo ele mesmo? Era um risco, mas tínhamos que corrê-lo", afirmou.

Ainda de acordo com Johns, a idéia surgiu há um ano e meio, mas só agora foi colocada em prática, dando tempo de planejar tudo com calma. E, no que depender do escritor, as novidades não terminam por aí. É esperar pra ver.