Exclusivo: Robyn Moore isenta leitora em confusão com a Pandora
Desde que colocou no ar a matéria sobre a atual situação da Pandora Books, o Universo HQ permaneceu em contato com as editoras americanas envolvidas, para tentar elucidar os problemas levantados.
Entre as questões que ficaram sem resposta, uma foi a dúvida gerada sobre a veracidade do e-mail que a leitora brasileira teria recebido de Robyn Moore, esposa de Terry Moore, o autor de Estranhos no Paraíso.
Assim, inicialmente, o UHQ entrou em contato com a leitora Dandara Palankof (este é seu nome real, e não um pseudônimo, como informamos equivocadamente na matéria) e constatamos que o e-mail realmente havia sido enviado a ela.
Como na matéria Maurício Muniz afirma ter recebido um outro e-mail de Robyn Moore, garantindo não ter respondido nenhuma mensagem de fãs brasileiros, procuramos a empresária para sanar definitivamente a dúvida.
E Robyn Moore resolveu romper o silêncio, concedendo ao UHQ uma declaração oficial exclusiva sobre a confusão criada em torno de seu nome. Confira:
Tenho certeza de que vocês podem compreender a desagradável situação na qual nos encontramos hoje, junto aos nossos fãs brasileiros. Eu acho, sinceramente, que o problema com a Pandora Books é um assunto privado, que deveria ser resolvido longe dos olhos do público.
Dandara tem sido uma verdadeira defensora de Estranhos do Paraíso no Brasil, e nós realmente agradecemos seus esforços. Ela foi, na verdade, a pessoa que nos informou sobre os problemas com a Pandora.
Foi em respeito a ela, que respondi o e-mail e, infelizmente, lhe passei mais informações do que deveria, fato pelo qual assumo toda a responsabilidade. Dandara foi totalmente honesta, e sinto que ela tenha sido envolvida neste assunto.
O Sr. Muniz também foi honesto em sua resposta, uma vez que eu realmente disse a ele que não estava respondendo a todos os e-mails que estávamos recebendo do Brasil.
Embora tenhamos recebido muitas mensagens devido a esse desastre, eu não mais comentarei sobre nossas negociações com a Pandora, enquanto trabalhamos em conjunto com o Sr. Muniz para resolver estes assuntos.
Nossa esperança é que Estranhos no Paraíso possa continuar a ser publicado para todos os nossos maravilhosos fãs brasileiros.
Obrigado pelo seu interesse,
Robyn Moore
Mas se Robyn Moore foi polida ao comentar a repercussão que o caso tem gerado, William Christensen, da Avatar Press, respondeu algumas das declarações de Maurício Muniz com veemência.
Segundo ele, foi só em 11 de setembro de 2003, que descobriram que a Pandora havia publicado as duas revistas (Estranho Beijo e Azul Profundo) sem pagamento. Christensen afirma que Maurício Muniz possuía as informações bancárias para fazer o pagamento, e que esteve em contato com a Avatar até 17 de outubro de 2003, por e-mail, afirmando que pagaria a divida, o que nunca ocorreu.
Desde então, a editora brasileira não se comunicou com a Avatar, nem mesmo respondendo seus e-mails.
Christensen negou que a Pandora não pudesse efetuar o pagamento por não possuir as informações e ratificou que não foi contatado pela editora brasileira sobre o assunto.
O editor-chefe da Avatar afirma que, desde outubro, já enviou 108 para a Pandora, todos sem resposta. "A afirmação do Sr. Muniz que não conseguiu nos contatar é mentira", disse Christensen.
"Quanto a ele estar ofendido por minhas exigências de pagamento, imagine o quão ofendido estou eu, uma vez que ele está roubando a mim e aos meus artistas. O Sr. Muniz simplesmente está usando isso como desculpa para não me pagar, como todas as pessoas iguais a ele costumam fazer", finalizou Christensen, comentando as declarações do editor brasileiro sobre e-mails ofensivos por parte das Avatar.
O Universo HQ telefonou para a Pandora Books e falou com Maurício Muniz, que preferiu não comentar as declarações de Christensen. Ele reiterou apenas que, assim como os outros credores da editora, a Avatar será paga.
E ontem, um novo fato gerou mais confusão nos fóruns de discussão. Jamie Boardman, o editor da Rebellion (atual detentora dos direitos sobre o material da 2000 AD), respondeu um e-mail do leitor brasileiro Lierson Morais (que gentilmente o retransmitiu ao UHQ), no qual declara que a Pandora estaria publicando sem contrato.
Esta declaração contradiz as declarações de Maurício Muniz, que afirmou ter contratado os títulos junto à Egmont Fleetway. Segundo o editor da Pandora reiterou hoje ao UHQ, o acordo teria sido feito antes de a Rebellion comprar a 2000 AD, em julho de 2000, e, portanto, seria legal.
Até o momento da publicação deste artigo, Jamie Boardman ainda não havia respondido a um contato do Universo HQ pedindo um esclarecimento definitivo sobre a questão.
Fique ligado no Universo HQ, pois assim que surgirem novos fatos sobre esse turbulento assunto, informaremos aos nossos leitores.