Exposição Henfil do Brasil agora em São Paulo
O
Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112 - Centro
- próximo às estações Sé e São Bento do Metrô - Telefone 0XX-3113-3600)
apresenta a primeira grande retrospectiva de Henfil - e a primeira mostra
de cartum a ser realizada em seu espaço.
A exposição Henfil do Brasil chega a São Paulo, depois de carreira
bem-sucedida no CCBB do Rio de Janeiro e de Brasília, e será inaugurada
no dia 29 de outubro, sábado, às 15h.
Reunindo mais de 400 desenhos, livros, revistas e impressos, apresenta
a obra de um dos maiores desenhistas brasileiros, o irreverente Henfil.
Os desenhos expostos foram pesquisados entre cerca de 15 mil originais
guardados pelo filho Ivan Cosenza de Souza, que sugeriu a realização da
exposição.
Em quatro meses de pesquisa, os curadores da mostra, a produtora cultural
Julia Peregrino e o crítico de arte Paulo Sérgio Duarte selecionaram os
mais significativos trabalhos publicados por Henfil (1944-1988) em importantes
jornais.
Organizada em seis blocos, a exposição promove uma viagem
pela cultura brasileira por meio do perfil de cada um dos 27 personagens
criados pelo genial cartunista. O primeiro bloco traz a Turma da Caatinga,
com Capitão Zeferino, Bode Orelana, Graúna, Onça Glorinha e Grauninha,
uma turma que atirava ironias ferinas contra a censura, a corrupção, o
machismo e a desigualdade social.
O segundo bloco apresenta os Fradinhos, o Cumprido e o Baixim.
Envoltos por um humor cáustico e apimentado, esses dois personagens cruzaram
fronteiras e foram comprados por jornais americanos sob o nome de Mad
Monks.
No terceiro bloco estão os desenhos de Ubaldo, o Paranóico, surgido
em 1975, quando a cada dia um amigo ou conhecido do autor era levado para
interrogatórios no DOI-Codi. Ubaldo trouxe com ele três coadjuvantes:
o irmão Ufaldo, o tio Sam e Fonaldo, seu censor exclusivo.
Outros Personagens é tema do quarto bloco, dedicado aos personagens
que fizeram história nas páginas de esporte, como o Urubu, Bacalhau, Pó
de Arroz, Cri-cri e Gato pingado, além do Cabôco Mamadô, O Preto que Ri,
Delegado Flores, Zilda-Lib, Ovídio e Tamanduá, entre outros. O quinto
bloco da exposição é Outros Desenhos, e os cartuns do Orelhão
estarão presentes no sexto e último bloco.
Os trabalhos que compõem a exposição revelam a impressionante atualidade
do humor de Henfil, ao tratar de problemas que afligiam e ainda afligem
a população brasileira. Ao longo de toda a sua carreira, suas colunas
em jornais e revistas foram espaços de crítica social e de resistência
ao autoritarismo em defesa da democracia e da liberdade de expressão.
Foram 25 anos de carreira desde a publicação do primeiro cartum na revista
Alterosa, em 1962, até 1987, quando enviou seu último desenho para
O Globo, meses antes da sua morte, em janeiro de 1988.
Integram a exposição o catálogo da mostra (101 páginas, capa dura, R$
45,00) e três cartazes com diferentes ilustrações (R$ 10,00 cada).
Uma exposição com um dos maiores mestres do cartum nacional, senão o maior,
e que merece ser visitada. Não perca a chance.