O espanhol Francisco Ibáñez, criador de Mortadelo e Salaminho – os famosos agentes da T.I.A (Técnica em Informações Avançadas) –,  e de inúmeros outros personagens, faleceu no último sábado aos 87 anos de idade, na cidade de Barcelona.

Ibáñez nasceu em 15 de março de 1936, em Barcelona, pouco antes do início da Guerra Civil Espanhola. Ele sempre foi um grande fã de histórias em quadrinhos, e publicou seu primeiro desenho na revista infantil Chicos, aos 11 anos de idade.

Ao longo de sua carreira, o autor colaborou com inúmeras revistas como Nicolás, Chicolino, La hora del recreo, Alex, Liliput, El Barbas, La Risa e Hipo, Monito y Fifí, tendo criado séries como Kokolo (1952), Melenas (1954), Don Usura (1955) e Haciendo el indio (1955). No ano de 1958, surge seu maior sucesso: Mortadelo e Salaminho, na revista Pulgarcito.

Mortadelo e Salaminho são dois agentes secretos da T.I.A (Técnica em Informações Avançadas). A dupla atrapalhada participa de missões não muito secretas, sempre envolvidos em inúmeras confusões, nas quais desfilam um sem número de gags, sempre com muito humor, para deleite dos leitores.

Mortadelo é especialista em disfarce e vive às turras com seu parceiro Salaminho, enquanto enlouquecem seu chefe, acabam  com a agência e enfrentam a S.O.G.R.A. (Secreta Organização de Gatunos, Raptores e Assassinos).

No Brasil, Mortadelo e Salaminho tiveram revista própria pela editora RGE, com 91 números e 3 almanaques publicados entre 1974 e 1983, além de uma série de 29 álbuns lançados pela Cedibra entre 1969 e 1978. Também foram publicados pelo Círculo do Livro e pela editora Manole.

Na Espanha, Ibáñez produziu 185 álbuns com sua dupla de agentes secretos, e teve sua obra publicada em diversos países, como Portugal, França, Alemanha, Grécia, Suécia, Dinamarca, Itália e, claro, no Brasil – foram milhões de exemplares vendidos. OS personagens também ganharam versões em live action e desenho animado.

O autor recebeu importantes prêmios ao longa da carreira, como o Grande Prêmio do Salão Internacional de Quadrinhos de Barcelona (1994), a Medalha de Ouro ao Mérito nas Belas Artes (2001) e o Premio Notario del Humor (2008). Ele foi um dos mais importantes e respeitados artistas espanhóis das histórias em quadrinhos.