Borjalo,
pseudônimo do mineiro Mauro Borja Lopes, um dos mais criativos cartunistas
do país, nos deixou nesta quinta-feira, 18 de novembro de 2004, três dias
depois de completar 79 anos.

Na década de 1960, Borjalo, Jaguar, José Geraldo Barreto e Ziraldo fundaram
a primeira cooperativa de artistas nacionais, para criar quadrinhos infantis
inspirados em temas e personagens brasileiros. Borjalo foi desenhista
de O Cruzeiro, e trabalhou por 20 anos na TV Globo, a partir
de 1966, como diretor de programação, tendo criado a zebrinha do Fantástico,
que inaugurou a era dos animated captions no Brasil (cartuns parados
onde só uma peça da imagem se move).

Borjalo era um ilustrador desde moleque: aos dois anos de idade, pintou
todas as paredes de sua casa com carvão.

Sua primeira charge publicada foi na Folha de Minas, na qual também
saíram alguns dos primeiros desenhos do Ziraldo. Logo, passou para o Diário
de Minas e de lá, migrou para o Rio, onde colaborou nas revistas Manchete,
A Cigarra e O Cruzeiro.

Lá fora, entre outros, Borjalo marcou presença na Paris Match,
e teve álbuns publicados em vários países. Depois de sua passagem pela
Globo, foi morar em Teresópolis, onde estão como extensões suas,
186 árvores que ele plantou pessoalmente. Com os dois filhos que deu ao
mundo, Borjalo extrapolou em muito o que se espera de um ser humano em
uma vida.

O artista lutava contra um câncer e estava internado há seis meses. O
corpo foi velado na capela sete do Memorial do Carmo, no Caju, zona norte
do Rio, e deverá ser cremado nesta sexta-feira às 11h30min.

No coração dos cartunistas brasileiros, Borjalo vai ficar para sempre.
Vai, Borjalo, fazer os céus mais risonhos...