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Faleceu o desenhista Nick Cardy

4 novembro 2013

Nick CardyO veterano desenhista Nick Cardy faleceu no último dia 3 de novembro, de insuficiência cardíaca, aos 93 anos de idade, na Flórida, Estados Unidos.

Nicholas Viscardi nasceu no dia 20 de outubro de 1920. Em 1939, depois de um período de estudos na Art Students League of New York, já estava trabalhando com quadrinhos, nos estúdios de Will Eisner e Jerry Iger. Cardy tinha 18 anos, na época.

Ele desenhava HQs para revistas como Fight Comics (incluindo aventuras de Señorita Rio), Jungle Comics, Kaanga Comics e Wings, publicadas pela editora Fiction House Publications, um dos grandes clientes do estúdio.

Seus primeiros trabalhos - dentre eles a tira Lady Luck, que acompanha o The Spirit, de Eisner, nos jornais - foram assinados como Nick Cardi, pseudônimo que voltou a usar no final de sua carreira, quando fez ilustrações promocionais para filmes. Nessa época, o artista ainda não havia definido seu nome profissional. Algumas tiras de Lady Luck foram assinadas por Cardy com o pseudônimo Ford Davis e, outras, com as iniciais NV.

Na década de 1940, serviu ao exército por três anos (1943-1945), durante a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, ele era um soldado na 66ª divisão de infantaria (cujo apelido era "Divisão Pantera Negra") e chegou até mesmo a desenhar a insígnia usada no ombro dos uniformes. Depois, foi transferido e virou motorista assistente de tanques.

Cardy fazia parte da Terceira Divisão Blindada e participou de diversas batalhas na Europa. Ele ganhou dois Corações Púrpuras, uma condecoração para soldados feridos em combate. O artista retratou esse período de sua vida numa série de desenhos e aquarelas que foram publicados no livro Nick Cardy - An Artist at War.

Depois da guerra, Cardy trabalhou para agências de publicidade e jornais, chegando até mesmo a fazer tiras diárias de Tarzan, por seis meses, no período que o personagem era desenhado por Burne Hogarth. Cardy também desenhou Casey Ruggles, como o artista "fantasma" de Warren Tufts; ajudou Al Plastino, nas tiras do Batman de 1971-1972; e fez outras menos conhecidas como Major North, Adam Pierce e Mr. Figg.

O trabalho de tiras de Nick Cardy, incluindo algumas semanas de Lady Luck, foi reunido no livro Nick Cardy - Comics Strips, de Sean Menard e Nick Cardy, publicado pela Frecklebean Press, em 2007.

Nick Cardy - The Artist at War

Em 1948, ilustrou cartazes para o seriado da Columbia Pictures, Congo Bill, personagem da DC Comics que mais tarde seria transformado em Congorilla.

Cardy começou a trabalhar para a DC Comics em 1950 e essa parceria durou 25 anos. Embora ele seja lembrado por seus trabalhos em Aquaman (ilustrou as primeiras 39 revistas) e Teen Titans - dos quais fez 43 edições -, ele é muito conhecido pelos faroestes, entre eles todos os números de Bat Lash, e até pelas capas de revistas românticas. Aliás, cardy era renomado pelo desenho de mulheres belas e elegantes.

Na década de 1970, a DC Comics o transformou num de seus principais capistas, atuando em dezenas de títulos diferentes, como a Marvel Comics fez, por exemplo, com Gil Kane, no mesmo período.

Apesar de sua associação com a DC Comics, Cardy chegou a ilustrar capas para a Marvel Comics, na década de 1970. Ele fez arte para revistas como Crazy (uma cópia da Mad) e Deadly Hands of Kung Fu.

Depois de alguns atritos ele deixou os quadrinhos e passou a se dedicar à pintura e ilustração e fez cartaz e peças promocionais para diversos filme,s como por exemplo, Movie Movie, California Suite, Apocalypse Now, The Streetfighter (com Sonny Chiba), The New Adventures of Snow White (uma paródia erótica), Meatball 2, entre outros.

Cardy se afastou completamente dos quadrinhos por muitos anos. Em 1998, ele concordou em participar da San Diego Comic-Con, depois de anos de recusa, como convidado de honra.

Ocasionalmente Cardy aceitava fazer algumas capas, entre as mais recentes estão Teen Titans Lost Annual, de 2008; e The Spirit # 31, de 2009; ambas da DC Comics.

Ele foi incluso no Hall da Fama dos Quadrinhos do Prêmio Eisner em 2005.

Diversos artistas, editores e escritores, entre eles Walter Simonson, Mark Waid, Phil Jimenez, Mark Evanier, Tom DeFalco e Ron Marz, se manifestaram elogiando a carreira de Cardy e manifestando pesar pela perda do colega.

A carreira de Cardy foi documentada nos livros: Nick Cardy - Behind the art, de Eric Nolen-Weathington; Art of Nick Cardy, de John Coates; e Nick Cardy Wit-Lash, de Renee Witterstaetter.

 

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