No
último dia 3 de outubro, o mundo dos quadrinhos perdeu um de seus mais
brilhantes representantes. Aos 74 anos de idade, faleceu o espanhol Manfred
Sommer, vítima de uma doença ainda não divulgada, mas contra a qual lutava
havia mais de um ano.

Escritor, publicitário, desenhista, animador e pintor, Sommer iniciou
sua carreira na editora espanhola Molino, nos anos 1940,
e até o início da década de 1980 trabalhou em diversas publicações e editoras
em seu país de origem e na Inglaterra, França e Bélgica, interrompendo
sua trajetória na nona arte para dedicar-se a um estúdio de animação que
criou e manteve entre 1963 e 1980.

Em 1981, já de volta às HQs, criou o correspondente de guerra Frank Cappa
(inspirado no fotojornalista Robert Capa, fundador da agência de fotógrafos
Magnum) e tornou-se famoso no mercado.

A criação máxima do quadrinhista colecionou prêmios e fãs em muitos países,
incluindo o Brasil, que o personagem visitou em Frank Cappa no Brasil
(Meribérica) e onde outras de suas aventuras foram publicadas,
como Último Africano e Jangada, ambas na revista Aventura
& Ficção, da Abril, e Viet-Song, na série Graphic
Novel, pela mesma editora.

Nos anos 1990, o artista esteve afastado dos quadrinhos e desde então
dedicava-se inteiramente à pintura, outra de suas paixões. Mas retornou
nesta década para desenhar duas histórias de Tex para a Sergio Bonelli
Editore: Mercadores de escravos e A última diligência,
publicadas no Brasil pela Mythos Editora em Tex
Gigante # 12 (2003) e Tex # 452 a 453 (2007),
respectivamente.

Ele estava trabalhando em uma terceira aventura do ranger mais
famoso dos quadrinhos e chegou a desenhar 90 páginas da HQ.

O luto da esposa Arantxa e dos filhos Alfredo e María estende-se agora
a milhares de fãs de Manfred Sommer espalhados pelo mundo.