No
último dia 23 de abril, o mundo dos quadrinhos ficou mais triste com a
morte do quadrinhista italiano Romano Scarpa, considerado um dos maiores
expoentes entre os artistas Disney em todos os tempos. O funeral
aconteceu na manhã do dia 25, na cidade de Malaga, Espanha, local do falecimento.

Nascido em 27 de setembro de 1927, Romano Scarpa estreou no universo Disney
em 1953, desenhando a história Biancaneve e Verde Fiamma para a revista
Topolino, uma das mais longevas publicações da Disney Italia
(antiga Mondadori). Mas foi somente em 1956 que começou a escrever
as aventuras que desenhava, a partir de Paperino e i gamberi in salmì,
ainda inédita no Brasil.


Um dos "pais" do estilo de desenhar quadrinhos Disney na Itália,
Scarpa não apenas influenciou vários desenhistas como foi o mentor de
outro
grande nome dos quadrinhos europeus, Giorgio Cavazzanno, que foi seu arte-finalista
até seguir o próprio caminho rumo ao estrelato.

Produzindo até 1999, também colaborou com editoras Disney de outros
países como Dinamarca e Estados Unidos, e criou diversos personagens,
como Brigite (cuja maior ambição é desposar o Tio Patinhas) e a roqueira
Ieié (que no Brasil é chamada de Pata Lee e chegou a ganhar uma série
própria nos anos 80 e 90).

Dono de um traço expressivo que dava aos desenhos uma curiosa sensação
de movimento, ele transpunha para os quadrinhos um estilo adquirido em
outra de suas grandes paixões, os filmes de animação. De 1945 até sua
entrada no mundo das HQs, trabalhou como diretor e animador de seu próprio
estúdio de desenhos animados, e em 1988 chegou a produzir
um episódio para a série televisiva Duck Tales, nos Estados Unidos.

Considerando tantas homenagens que o artista recebeu em vida, tanto em
seu país de origem como em vários outros da Europa, na forma de coletâneas
com o melhor de seu trabalho, já é hora de algo nos mesmos moldes ser
lançado no Brasil.

É de se esperar que a série Mestres Disney, que vem sendo publicada
pela Editora Abril, venha preencher essa lacuna.