Uma das mais importantes editoras independentes francesas, a L'Association,
está vivendo uma enorme crise, desde dezembro de 2010, e terá seu futuro decidido
em 11 de abril.

A L'Association surgiu em 1990, criada por Jean-Christophe
Menu, Lewis Trondheim, David B., Mattt Konture, Patrice Killoffer, Stanislas
e Mokeït. A editora era uma alternativa para autores que tinham dificuldades
em lançar seus trabalhos nas grandes casas publicadores, como Casterman,
Dargaud,
Glénat
etc.

A L'Association criou uma revolução cultural no mercado
franco-belga e modificou o comportamento das grandes editoras. Dentre os autores
de renome publicados pela L'Association estão Marjane Satrapi
(Persepolis), Joann Sfar (O Gato do Rabino), Massimo Mattioli
e Edmond Baudoin.

Entre 2005 e 2006, a maioria dos membros fundadores abandonou a editora, com exceção de Jean-Christophe Menu e Mattt Konture. A situação da L'Association se complicou em dezembro de 2010, quando a brutal queda de vendas dos livros da editora (e de outras pequenas casas independentes) resultou no fechamento da distribuidora Le Comptoir Des Indépendants.

No final de 2010, foram anunciados cortes nos livros publicados e a demissão
de três dos sete funcionários da editora. Os quatro empregados restantes entraram
em greve em janeiro de 2011, e chegaram a fazer protestos, ocupando o escritório
da empresa e fazendo demonstrações no Festival de Angoulême.

Os trabalhadores queriam explicações para a demissão de funcionários, pois
acreditavam que a empresa estava numa situação financeira estável,
e mais transparência nas decisões de Jean-Christophe Menu.

Em março, Lewis Trondheim publicou uma HQ em seu blog,
satirizando a situação e os problemas da editora. Na sequência, surgiram um
cartum de Patrice Killoffer e um longo
texto de David B.

Todos estão contrariados com as atitudes de Jean-Christophe Menu e os rumos que ele deu para a L'Association nos últimos anos.

O assunto será resolvido em 11 de abril, numa reunião da assembleia geral
da editora (programada para as 10 horas), em Paris, na França. Até o momento,
os funcionários permanecem em greve.