A Editora Kalaco divulgou seus lançamentos para a 19ª Fest Comix, em São Paulo, e para a Gibicon, em Curitiba. Confira abaixo.

Em A arte cartum de Mike Deodato Jr. (formato 23 x 16 cm, 40 páginas, preço não divulgado), Mike Deodato Jr., conhecido por seu trabalho com super-heróis, tanto em capas, pinups, splash pages e sequencias narrativas, mostra outro lado de seu talento.

Fruto dos momentos domésticos, este livro traz cartuns espontâneos realizados pelo artista, quando desliga sua mente do universo ficcional de seu trabalho; um Deodato divertido e bem-humorado em cartuns sobre sua esposa, sua filha e seu cotidiano, que bebem na fonte de Calvin e Haroldo, Turma da Mônica, Menino Maluquinhos, Luluzinha e outras obras do gênero.

Em Grafipar - A editora que saiu do eixo (formato 16 x 23 cm, 168 páginas, R$ 39,90), o autor Gian Danton volta ao ano de 1977, quando o Brasil vivia os últimos dias do regime ditatorial. O assunto sexo era um tabu total. Nas bancas, revistas como Status, Homem, Ele & Ela e Fiesta exibiam tímidas pinups censuradas, com, no máximo, um seio à mostra.

Surgiu, então, uma editora especializada em erotismo, a Grafipar, que logo se destacou com seus quadrinhos nacionais, sempre misturando erotismo com gêneros como terror, ficção científica, folclore e policial.

Em pouco tempo, a editora transformou Curitiba em um ponto de referência para os quadrinhos nacionais, para onde convergiram importantes desenhistas e roteiristas, como Mozart Couto, Rodval Mathias, Watson Portela, Gustavo Machado, Vilachã, Sebastião Seabra, Fernando Bonini, Itamar Gonçalves, Franco de Rosa, dentre outros.

O livro, resultado de mais de 20 anos de pesquisas, conta a história dessa editora e de seu líder, o descendente de japoneses e ativista cultural da colônia nipônica, Cláudio Seto, também introdutor da linguagem do mangá no Brasil.

A obra analisa as revistas da Grafipar, suas histórias e, ainda, trata dos bastidores da "vila de quadrinhistas" que existiu em Curitiba no início dos anos 1980.

Finalmente, Fikom - O herói do universo dos sonhos (formato 16 x 23 cm, 160 páginas, R$ 34,90), de Fernando Ikoma, é uma publicação da Kalaco em parceria com a Editora GRRR!.

Fikom foi criado em 1969, nos tempos da ditadura brasileira, das culturas alternativas, do tropicalismo e da música psicodélica, quando se buscava fórmulas de escapar da dura e cruel realidade. E o melhor lugar para conseguir isso é no mundo dos sonhos, onde ninguém pode ser censurado ou reprimido e onde os desejos podem ser alcançados.

Assim, o jovem artista plástico Fernando Ikoma criou Fikom, que, ao lado de sua namorada Sandra, singrava intrepidamente os universos do sonhar.

Esta antologia traz cinco das 16 aventuras do personagem, que deixou de circular quando a censura, em 1973, fechou as revistas nas quais Fikom era publicado.

Fikom é o alter ego de Mukifa, um jovem feio e sem-graça, que, quando sonha, se transforma no atlético, bonito e intrépido super-herói, vivendo aventuras com sua namorada Sandra, que também é uma pessoa simples que se torna uma formosa mulher ao sonhar.

Assim, os dois enfrentam seres extraterrestres, monstros e outras criaturas improváveis. Fikom e Sandra vivem cada um a sua vida. Ambos, quando sonham, têm seus sonhos entrelaçados, fazendo surgir os mundos oníricos das suas histórias.

Fernando Ikoma, cujo próprio nome forma o anagrama Fikom, é hoje um artista plástico conceituado. Em 1969, era um jovem sonhador que criou centenas de histórias em quadrinhos, com dezenas de personagens originais para a Editora Edrel, de São Paulo.