Aviso aos leitores: este artigo lida com fatos recentes do Universo DC, divulgados na mídia norte-americana, que ainda são inéditos no Brasil. Por isso, aborda acontecimentos que certamente podem prejudicar o prazer de sua leitura no futuro.

Depois do lançamento de Justice League #1, na semana passada, a DC Comics colocará à venda, no próximo dia 7 de setembro, mais 13 novas séries da reformulação iniciada recentemente. Dentre elas, uma das mais aguardadas é Action Comics, que apresentará uma nova versão e origem do Superman, com roteiro de Grant Morrison e arte de Rags Morales.

Além disso, depois de 904 edições publicadas, é também a primeira vez que a numeração da revista é reiniciada desde 1938, quando trouxe em suas páginas a estreia do Homem de Aço. E as semelhanças serão maiores, já que o novo Superman se parecerá bem mais com o personagem idealizado pelos criadores Jerry Siegel e Joe Shuster, como publicado na década de 1930.

Às vésperas da revista chegar às lojas especializadas dos Estados Unidos e ficar disponível também digitalmente, o escritor falou sobre como será sua abordagem e divulgou um preview que deixa clara a nova atitude do herói, mais cínico, sem medo de quebrar as regras e temperamento mais "quente".

"Acho que, no momento, todos nos sentimos dessa maneira. Ninguém tem muita fé nos líderes eleitos, como antes, com dúvidas das pessoas que nos governam, e estamos muito mais cínicos. Diferente da época em que o Superman era um 'escoteiro'", explica Morrison, em entrevista ao site Newsarama. "Na década de 1930, as pessoas estavam perdendo seus empregos e percebendo que existia corrupção em níveis mais altos. Atualmente, vivemos um momento parecido."

Por se tratar de uma origem, a história apresentará um Superman cujos poderes irão se desenvolver aos poucos e, assim, ele ainda não voa e pode sangrar. Já os pais adotivos, Martha e Jonathan Kent, estarão mortos, e, além de enfrentar bandidos, o herói estará em rota de colisão também com a polícia.

"Na nossa história, o Superman é apenas uma pessoa muito jovem com grandes ideias sobre o que é certo e errado. Ele tem o poder para implementar essas ideias, mas pode exagerar um pouco. De certa maneira, ele gosta de estar sozinho porque ninguém corre perigo de se ferir, além dele. Mas também significa que não há limites quando ele perde a paciência", disse o autor.

"Vamos ver o Superman aprender, crescer e progredir e acho que essa é a grande diferença. O herói de antes estava no auge, eternamente no auge, e tudo que ele fazia acabava dando certo", resumiu Morrison. "Assim, vamos trazer de volta uma atitude mais proativa e permitir que ele evolua. Cometer alguns erros, falhar e repensar sua missão."