Grant Morrison fala sobre exclusividade com a DC Comics
A notícia mais surpreendente da convenção San Diego Comic-Con foi o anúncio de que Grant Morrison assinou um contrato de exclusividade com a DC Comics por um período de dois anos. A surpresa aconteceu por vários motivos, entre eles porque o escritor foi um dos principais símbolos da "Nova Marvel", e era o responsável pelo principal título dos X-Men.
Além disso, o autor saiu da DC depois de uma discussão, após terem recusado uma proposta para o Super-Homem. Mesmo tendo voltado em 2002 com a minissérie The Filth, para a linha Vertigo, tudo ainda parecia muito recente.
Mas problemas vinham acontecendo na "Casa das Idéias". O presidente da editora, Bill Jemas, queria que mudanças significativas na minissérie Marvel Boy 2 fossem feitas, e Morrison recusou-se. O projeto foi cancelado, e isso chateou o escritor.
Morrison falou sobre essa nova guinada em sua carreira, e revelou ter em mente pelo menos nove projetos para a DC, editora à qual seus trabalhos sempre estiveram mais ligados. O primeiro deles será Vimanarama, minissérie em três edições para a Vertigo.
Já em New X-Men, sua última edição será a de número 154. E ele afirma ter feito tudo o que gostaria com os mutantes. "O último número fechará tudo que vinha fazendo desde New X-Men # 114, e percebi que era hora de ir embora. Entretanto, me vi com mais idéias de onde levar a revista depois dessa grande conclusão, mas fazia sentido deixar outra pessoa assumir o trabalho após esses quatro anos".
"Planejava deixar o título antes da proposta de exclusividade. Eles foram muito rápidos, e fizeram uma oferta que não quis recusar", revelou. "A DC parece ter uma boa visão de como o ciclo da história funciona, e são muito abertos às minhas sugestões. A Marvel, compreensivelmente, está menos inclinada a se arriscar com o que parece ser uma fórmula vitoriosa. Some a isso o fato de eles não estarem numa posição de oferecer qualquer oferta de título autoral e verá por que eu aceitei a generosa oferta da DC".
"A minha relação com a Marvel é boa", afirma. "Tive uma boa fase em New X-Men, fiz o que quis, e agora é a vez de outro. Não há nada mais que eu particularmente gostaria de escrever por lá no momento".
Mas Grant Morrison é um escritor famoso, e facilmente conseguiria trabalhar em qualquer editora do mercado, sem precisar se tornar exclusivo. Então, por que tomar essa decisão? Além da boa oferta financeira da DC, ele deu outros motivos. "A Vertigo é o melhor lugar para projetos autorais, e já que nenhum dos meus projetos não-relacionados a quadrinhos será afetado por esse acordo, não tinha motivos para recusar", disse.
"Tenho nove projetos autorais sendo desenvolvidos, além de propostas para vários personagens da editora. Fazia sentido manter tudo em casa", enumerou. Entre eles estão We3, que contará com desenhos de Frank Quitley, e Seaguy.
E a parceria Morrison/Quitely não terminará aí. "Nosso trabalho em We3 deve durar até dezembro ou janeiro. Depois disso, queremos fazer algo novo para o Universo DC", garante o autor.
Será finalmente o tão aguardado trabalho com o Super-Homem, que causou tantos rumores nos últimos anos? Esse chegou a ser apontado como um dos motivos de Morrison voltar à editora.
"Há muitas coisas que eu pessoalmente não disse sobre o Super-Homem, e que ainda quero ter a chance de dizer. Não seria difícil surgir com uma proposta para isso. Tenho conversado com Dan DiDio (vice-presidente executivo) sobre diversas possibilidades, e todos saberão quando algo estiver confirmado", encerrou.