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Greg Rucka comenta planos para Adventures of Superman

30 agosto 2003

Greg RuckaEle já trabalhou com Batman, Elektra e Wolverine. Depois de muito esperar, finalmente se viu como o responsável pela revista mensal da Mulher-Maravilha, levando a heroína a uma nova fase, e é um dos cabeças - ao lado de Ed Brubaker - pelo título Gotham Central. Além disso, sua série autoral, Queen & Country, é uma das mais aclamadas do mercado americano de quadrinhos.

Agora, Greg Rucka foi escolhido para ser o escritor de Adventures of Superman, numa reformulação que a DC Comics está preparando para o Homem de Aço em 2004. O autor, contratado com exclusividade pela editora, falou mais de seus planos para o herói.

"Será sobre o Super-Homem, Clark, Lois e como achar o contraponto entre ser um repórter e o Homem de Aço. Será sobre a diferença entre buscar a verdade e buscar a justiça", avisa. "Todos sabem que ele pode pegar um míssil, mas é um pouco diferente vê-lo nas ruas como um repórter policial, tendo que lidar com a crueldade intencional das pessoas".

O escritor não quis comparar seu título com Superman (de Brian Azzarello e Jim Lee) e Action Comics (de Chuck Austen e Ivan Reis), e garante que cada equipe criativa terá a liberdade de dar sua própria interpretação ao personagem. "O que eu e Matthew Clark (desenhista) faremos não terá nada a ver com o que Azzarello e Lee planejam, e acho que as pessoas entenderão isso. Todos têm perguntas que querem responder e dramas que querem contar sobre o Super-Homem. Esperem abril de 2004 para verem com seus próprios olhos e descobrirem por si mesmos as diferenças", disse Rucka.

Em 2002, o escritor chegou a declarar que ainda não se sentia à vontade para escrever o Homem de Aço. Isso mudou. "Finalmente estou num momento em que sinto que posso escrevê-lo bem. Tudo acabou se encaixando no momento certo", garante.

Super-Homem no traço de Matthew ClarkMas se o Super-Homem é um personagem tão famoso, por que isso não se retrata nas vendas? E como fazer essa situação mudar? "Acho que uma das coisas que vem acontecendo é que os leitores não se identificam com o que eles vêem como 'escoteiro'. Eles se rebelam contra a simplicidade embutida no personagem, e posso entender isso. Onde está o drama?", questiona.

"Vi uma entrevista com Mark Waid sobre Superman: Birthright, na qual ele disse que as pessoas não deveriam se identificar com o Super-Homem, mas sim com Clark Kent. Esse é um ponto muito válido", continua. "Uma das coisas que aconteceram recentemente é que Clark se tornou muito difícil de se identificar. Ele é vencedor do Prêmio Pulitzer e está na lista de novelistas best sellers do New York Times. Conhecemos muitas pessoas assim, não?", brinca o autor.

"Enquanto há personagens como o Batman, com uma rota de tragédias que faz as pessoas facilmente simpatizarem com ele, o Super-Homem veio de um lugar muito distante", continua. "Podem argumentar que seu planeta foi destruído e toda sua raça exterminada, mas algumas coisas nessa origem depõem contra o herói. Ele nunca conheceu seus pais para, de certa forma, perdê-los. Ele pode amar Jor-El, mas não com sinceridade, porque a conexão emocional não existe, e esse é o fator motivador. As motivações do Super-Homem são realmente altruístas. Ele quer fazer o que é certo, e as pessoas estão meio cheias disso. Não é tão chamativo quanto vingar a morte dos pais".

O plano de Rucka é criar uma ligação para o personagem, na qual possa explorar assuntos mais universais: "Todos nós sabemos como é amar uma pessoa e não ser correspondido, se frustrar num trabalho no qual faz algo que não gostaria, e ter que tomar uma difícil decisão. Todos sabemos como é ser enganado e acabar descobrindo isso. Esses tipos de dores e situações nos tocam, e compartilhamos essas sensações. Não importa se você é da Terra ou de Krypton".

E quando se toca no assunto amar alguém e não ser correspondido, é inevitável falar sobre o casamento de Lois e Clark. Afinal, antes de se casarem acontecia justamente isso: Clark apaixonado por Lois, que por sua vez amava o Super-Homem. Agora, isso não existe mais.

"Lois é incrível. Essa é a mulher pela qual o Super-Homem se apaixonou. Pense como uma mulher assim precisa ser. Ela não é a mais bonita do mundo, mas é alguém que o sacudiu e surpreendeu. Ela me fascina", afirma.

"Não vou ficar aqui perdendo meu tempo lamentando o casamento deles. Algumas coisas eu não poderia mudar, mesmo se quisesse; e essa é uma delas. Então, não importa o que penso. Há muito potencial a ser explorado num relacionamento sem separá-los. Todos que vivem uma relação sabem que nem tudo são rosas e não se resume numa corrida até sua casa para uma 'rapidinha'. É bem mais que isso. E se você é Lois Lane, uma das melhores jornalistas investigativas na ativa, casada com o maior herói da Terra, já cria tensão suficiente", explica.

Como Rucka está escrevendo a revista da Mulher-Maravilha, um romance entre os dois chegou a ser comentado, mas não espere ver isso, se depender do escritor. "Eles são amigos muito próximos, mas também pessoas extremamente ocupadas. A idéia de um envolvimento entre eles não me agrada. Isso me irrita, porque é injusto com os dois, principalmente Diana. Veja O Reino do Amanhã e Cavaleiro das Trevas 2. Lois Lane teve que ser morta para eles ficarem juntos. Para algo assim acontecer, teríamos que tirar Lois do páreo de uma maneira que ela nunca pudesse voltar, e ainda não gosto da idéia".

Os personagens secundários também terão papéis importantes na revista. Além de Jimmy Olsen, Perry White e Ron Troupe, Greg Rucka criará outros novos, inclusive vilões. "Isso me foi pedido especificamente pelo editor Eddie Berganza", revelou.

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