Grupo Companhia das Letras adquire 70% da Editora JBC em movimento inesperado no mercado editorial
Na última sexta-feira, 18 de março, o mercado foi pego de surpresa com o anúncio de que a Editora JBC agora faz parte da Companhia das Letras, levando mangás para um dos maiores grupos editoriais do Brasil.
Com as negociações firmadas, a Companhia das Letras adquire 70% do controle da JBC (Japan Brazil Communication). Agora, o Grupo Companhia das Letras passa a publicar 20 selos editoriais, entre adultos, juvenis e infantis.
Fundada em Tóquio, em 1992, com o objetivo de diminuir a distância cultural entre o Japão e o Brasil, a casa criada pelo imigrante japonês Masakazu Shoji começou suas atividades no Brasil três anos depois, com a supervisão de suas filhas Luzia e Marina, que após a fusão com a continuarão a dirigir a JBC comercial e editorialmente. A JBC iniciou a publicação de mangás no começo dos anos 2000.
De lá para cá, foram mais de 200 títulos lançados, incluindo grandes sucessos mundiais como Cardcaptor Sakura, Samurai X, Cavaleiros do Zodíaco, Akira, Fullmetal Alchemist, Haikyu!! e Death Note, dentre outros. O comunicado também fez questão de ressaltar a coleção de My Hero Academia, que já atingiu a marca de mais de 600 mil exemplares vendidos no mercado brasileiro.
Para o fundador e CEO da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, “os mangás têm uma presença cada vez mais forte na cultura contemporânea e a chegada da JBC, uma referência na categoria, aumenta a nossa diversidade literária”. Ele lembrou ainda que “sempre acreditamos na força literária dos quadrinhos e por isso criamos, em 2009, o selo Quadrinhos na Cia”.
De acordo com Luiz, a gestão continuará com as irmãs Shoji porque a editora vai muito bem e são elas que conhecem as aspirações dos leitores de mangá no Brasil. A missão da Companhia das Letras é dar o apoio na distribuição, comercialização e divulgação.
“Estamos vivendo uma fase muito positiva no mercado brasileiro, tanto no segmento de mangás licenciados quanto no de obras nacionais, e sentimos a necessidade de procurar alternativas que nos permitissem aproveitar essa oportunidade da melhor forma, principalmente por conta dos novos desafios que vêm se apresentando como consequência da pandemia de Covid-19”, afirmou Marina Shoji, diretora-geral da JBC.
Sua irmã Luzia Shoji, presidente da editora, acrescentou. “Fazer parte do maior grupo editorial do Brasil é motivo de muito orgulho para nós. Temos a certeza de que, com esta fusão, tudo o que construímos vai crescer ainda mais, beneficiando leitores, fãs e clientes”.