He-Man: bonecos inéditos chegam ao Brasil
Pelos idos de 1986 e 87, He-Man imperava na telinha, chegava à telona, tinha uma revista sofrível nas bancas (ridícula é pouco...) e arrebentava nas vendas de seus brinquedos. A Estrela, na época representante brasileira da Mattel, fabricou as figuras da coleção Masters of the Universe com um padrão de qualidade que não devia nada aos originais americanos.
A coleção progrediu e eram muito raras as lojas, grandes ou pequenas, que não tivessem He-Man, Esqueleto e seus respectivos aliados em suas vitrines. Sorte da fábrica a pirataria por aqui não ser tão forte naquela época.
Nos natais daqueles anos, foi simplesmente a coleção mais vendida no País, disparada na frente, seguida por Barbie (que não tinha preços tão absurdos) e Comandos em Ação (G.I. Joe), todos da Estrela. Bons tempos aos quais a fábrica parece estar muito longe de voltar, pelo andar da carruagem...
Com o revival de personagens dos anos 80, que continua firme e forte em todo tipo de mídia e produtos, He-Man está de volta aos quadrinhos (dessa vez algo que presta, que deve chegar aqui pela Panini Comics); à TV, com um ótimo desenho; e, como não poderia deixar de ser, aos brinquedos.
O novo desenho da TV, exibido no Brasil pelo Cartoon Network, traz um He-Man mais século XXI, menos poderoso, sem aquela de "o homem mais forte do universo". Ele apanha, sim, e precisa da ajuda dos aliados de vez em quando.
Os personagens estão mais sérios, menos alegóricos. Isso já não funciona tão bem para a criançada, como era na época anterior.
Além disso, hoje os desenhos se voltam também para o público adolescente, que pede histórias mais consistentes e inteligentes (não que o desenho original não tivesse isso, mas era outro público, sem Internet, mas com mais opções na TV). Até a transformação do Príncipe Adam no herói principal ficou menos espetacular e mais curta.
Hoje, He-Man está mais para um guerreiro ciente do perigo, do que para um cara bonzinho e invulnerável com uma espada na mão.
É claro que a obrigatória voz de Garcia Júnior na dublagem nacional está presente, como antes.
Aliás, os dubladores optaram por preservar os nomes originais dos personagens em inglês, o que causou um certo estranhamento aos que conheciam a versão anterior, na qual foram traduzidos ou trocados para um melhor entendimento da garotada (que hoje fala muito mais inglês que os pais...). Só falta alguma TV aberta exibi-lo, para maior visibilidade de seus derivados nas lojas.
A Mattel do Brasil resolveu trazer a nova coleção, lançada nos Estados Unidos após o sucesso do relançamento dos antigos recentemente.
Trata-se da primeira série da coleção americana (que já está na segunda), que conta com o castelo de Grayskull, mais detalhado e cheio de opções ausentes no antigo modelo da Estrela.
As figuras estão muito superiores, bastante articuladas e bem pintadas, padrão costumeiro da Mattel. O novo visual preservou bastante do antigo, não sendo nada difícil aos fãs agora adultos identificar os personagens de sua infância.
Na verdade, He-Man nasceu como brinquedo antes de ganhar a telinha. A Mattel estudava uma coleção baseada em Conan, o Bárbaro, que não rolou. No entanto, como o resultado ficou interessante, resolveram bolar outra linha, em que os personagens reunissem um visual ao mesmo tempo medieval e futurista, num mundo que comportava tanto a alta tecnologia quanto a magia. O desenho foi criado, então, para promover os bonecos, como era muito comum na época.
A qualidade é alta, mas os preços também... Nesses tempos bicudos, bons preços são quase que obrigatórios. Mas a maioria das importadoras parece ainda não ter notado isso! Em alguns casos, está mais fácil comprar em sites internacionais e esperar chegar pelo correio, do que simplesmente ir a uma loja por aqui. Sai mais em conta, como já comprovaram alguns colecionadores.
Marcelo Cypriano garante que, apesar de adorar o He-Man, esse lance de pintar os cabelos de loiro era sacanagem dos amigos do Universo HQ