Em entrevista ao blog Hero Complex, do jornal Los Angeles Times, o ator Henry Cavill falou mais sobre como se preparou para interpretar Superman no filme Man of Steel e como ele vê esse personagem, que completará 75 anos quando a nova produção estrear nos cinemas, no dia 14 de junho de 2013.

"Fiz a minha pesquisa, tive um estoque de quadrinhos e enterrei a cabeça neles por um tempo. Não lia muito revistas em quadrinhos quando era pequeno, pois no internato não havia tempo para quase nada, além de estudar. Até aos 13 anos não era tão ruim, mas perto do internato só havia uma pequena vila, sem ser possível passar muito tempo pelas lojas. No máximo, ver alguns programas de televisão. Fora isso, era estudar, se alimentar, jogar algum esporte e dormir", disse o ator britânico, que nasceu em 1983, na cidade de Jersey.

"Mas isso até foi bom, porque agora, como adulto, posso ler o que teve de melhor. Posso escolher uma série inteira e ler de uma só vez, sem ter que esperar a semana ou o mês seguinte pela próxima edição. É como pegar um box de DVD de um programa de televisão e ver tudo sem parar", comparou.

Dentre as obras mencionadas por Cavill, estão as sagas Morte do Superman e Retorno do Superman, como uma das preferidas. Ele também mencionou a graphic novel Earth One (ainda inédita no Brasil), lançada em 2010, com roteiros de J. Michael Straczynski, que se passa fora da cronologia oficial do personagem e reconta a origem do herói, e a história de realidade alternativa Entre a foice e o martelo, de Mark Millar, na qual o foguete de Kal-El acaba caindo na União Soviética e o kryptoniano é criado sob valores comunistas.

O ator afirmou também estar lendo e gostando da recente reformulação do Homem de Aço feita pela DC Comics nas revistas Action Comics e Superman.

"Acho que Entre a foice e o martelo é bem interessante, por causa da perspectiva diferente. Foi muito importante para a minha pesquisa porque mostra esses pontos de vistas diferentes do mesmo personagem e o que os autores consideram como os traços básicos dele. Ver as diferentes maneiras que ele poderia ter se desenvolvido e evoluído foi de muita ajuda para mim, porque estamos recontando a história e fazendo nossa própria reinvenção e modernização para as telas do cinema. Assim, pude adicionar minha própria interpretação nesse processo", explicou Cavill.

E por falar em reformulações e reinterpretações, o ator deu sua opinião sobre como o personagem é visto atualmente e o quanto mudou desde a sua criação, em 1938.

"Cada pessoa prefere uma dessas versões. Acho ótimo que o personagem mude e evolua. A atual reformulação é fantástica porque mostra uma evolução do personagem. Inicialmente, algumas pessoas irão reclamar, enquanto outras irão adorar. Isso vai gerar debate. Eles se importam e isso é ótimo, mas é tudo parte de uma evolução", analisa.

"Dentro de 30 anos, alguém vai decidir colocar a cueca vermelha por cima das calças do uniforme do Superman novamente e irão reclamar da mesma maneira, dizendo que isso não é o verdadeiro personagem. É tudo mitologia e as pessoas pegam aquilo que querem. Essa é a maravilha da mitologia. Fazemos nossas próprias interpretações e escutamos as mensagens que queremos".