Depois de ter arrumado as revistas mutantes, o editor-chefe da Marvel, Joe Quesada, voltou sua atenção para o “amigo da vizinhança”, o Homem-Aranha. A primeira notícia foi a saída do escritor Howard Mackie do título Amazing Spiderman, sendo substituído por J. Michael Straczynski (Babylon 5, Rising Stars), já no mês de abril. E isso é apenas o princípio. Juntamente com Paul Jenkins (Peter Parker: Spiderman), ele planeja profundas mudanças na vida do herói.

A começar pela sua origem (novamente). Peter descobrirá que o acidente que lhe deu os poderes proporcionais aos de uma aranha não foi exatamente um acidente, e que ele é o mais recente integrante de uma longa linhagem de heróis aracnídeos (Nota do UHQ: qualquer semelhança com o Monstro do Pântano, de Alan Moore, não terá sido mera coincidência). “Ele encontrará um homem mais velho, por volta de 50 anos, que tem habilidades parecidas com as suas”, revela Straczynski. “Ele sabe do seu segredo, e faz uma simples pergunta: ‘A aranha que picou você lhe deu poderes por causa da radiação ou ela mesma era a fonte de seus poderes, e teve que lhe morder antes de morrer por causa da radiação?”.

Segundo o escritor, esse estranho homem, chamado Ezekiel, revela que através da história sempre houve indivíduos com os poderes do Homem-Aranha. Isso já vem de séculos, sempre com duas ou três pessoas de cada vez. Peter descobrirá que ele não está sozinho, que pertence a algo maior.

“Acho que o motivo das revistas do Homem-Aranha terem perdido tanto o interesse é que o personagem principal se tornou irrelevante. O herói sempre foi um sucesso, porque fazia parte de algo muito pessoal, sobre um homem e sua luta. Tudo o que temos hoje são dois caras se batendo. Onde está a sensação de inocência e prazer que sentíamos enquanto crescíamos?”, questiona. “As histórias eram sobre ele, sua tia e sobre Nova York. Então, começamos a vê-lo lutando contra clones e aliens”.

Peter também voltará ao colégio, dessa vez como professor. Na segunda história de Straczynski (Amazing Spiderman #31 – maio), ele retorna à sua antiga escola, perseguindo uma pista sobre Electro. Encontrará um lugar dominado pelas drogas e violência.

Um novo vilão também está nos planos, e se chamará Morlun. “É um velho caçador, muito mau. Ele caçará o Homem-Aranha por razões que serão explicadas mais tarde”, disse.

O seu título não será interligado com o de Paul Jenkins, mas se acontecer algo como “tirarmos os poderes dele, vamos contar para vocês”, ironiza. E, para a surpresa dos leitores, Mary Jane não voltará a viver com Peter no momento! “Ela quer um tempo sozinha, e vai mudar-se para a Califórnia”, revela o escritor.

A Marvel também quer se preparar para não cometer o mesmo erro do filme dos X-Men. Ou seja, precisa ter as revistas do Homem-Aranha numa boa fase, com histórias que chamem novos leitores, aproveitando o provável sucesso de seu longa-metragem em 2002.

John Romita Jr. continuará como o desenhista do título, e J. Scott Campbell será o novo capista da série.

J. Michael Straczynski tem contrato de um ano com a editora, o qual deverá ser renovado, caso o sucesso esperado aconteça. Ele é fã de quadrinhos há muito tempo, e sempre quis escrever as histórias do Super-Homem. Não tendo essa oportunidade (por enquanto), ele resolveu assumir as histórias de seu segundo personagem predileto, o Homem-Aranha.

É incrível como, pela enésima vez, resolvem mexer na origem de um clássico dos quadrinhos de super-heróis, como se esta fosse a solução para tudo! Seria tão simples se se preocupassem apenas em escrever boas histórias, com os conceitos já existentes… Mas isso parece ser muito difícil, atualmente!