HQs de super-heróis são influenciadas por ameaças sociais, diz estudo
Muitos
psicólogos acreditam que as pessoas ficam mais agressivas e menos interessadas
em sentimentos e emoções nos tempos de crise social ou economia tumultuada.
Sobre isso, a próxima edição da revista norte-americana Political Psychology
publicará um estudo que mostra resultados interessantes: os quadrinhos
de super-heróis também reagem dessa forma, nas mesmas circunstâncias.
Os autores do estudo pesquisaram, quadrinho por quadrinho, oito títulos
lançados entre 1978 e 1992, para registrar como as mulheres e as minorias
eram tratadas; a forma agressiva com que as autoridades eram mostradas;
as cenas de violência; o número de reflexões (balões de pensamento em
vez de diálogos) e outros tópicos.
No
geral, os pesquisadores avaliaram que as mulheres falavam menos e que
havia um grande número de painéis com cenas violentas durante esse período
em que os Estados Unidos estiveram, algumas vezes, ameaçados por conflitos
internos ou externos.
Na pesquisa, foram usadas HQs da Marvel que até hoje são publicadas.
Quatro eram de super-heróis convencionais que representam virtudes norte-americanas
como patriotismo (Capitão América) e cidadania (Homem-Aranha); o restante
foi de personagens não-convencionais, com temas sobre perseguição social
(X-Men) e amoralidade urbana (Demolidor).
Comparando as vendas desses gibis, surgiu outro dado curioso: os personagens
não-convencionais venderam mais exemplares de seus títulos durante os
tempos de estabilidade social do que nos períodos de ameaças, enquanto
os outros mantiveram a vendagem de suas HQs estabilizadas.