Iscola... o crime, de Rose Araujo, ganha coletânea de tiras
Não é novidade para ninguém que, no Brasil, o professor não tem a valorização
devida. Mas a cartunista carioca Rose Araujo, que leciona artes em escolas,
resolveu usar os quadrinhos para retratar, com bom humor, esse triste cenário.
Ela está lançando a coletânea de tiras Iscola… o crime (formato 22,5
x 16 cm, 104 páginas, R$ 18,00).
A série, que foi criada em 2006 e é publicada no jornal paulistano Graphiq desde 2007, mostra o atual universo escolar, repleto de violência, bullying, nítida dificuldade de aprendizagem e, claro, desvalorização do professor. As histórias foram vivenciadas nas escolas por Rose Araujo e seus companheiros de profissão.
Esta coletânea tem 160 tiras e todos os personagens são anônimos, que têm suas identidades ocultadas e protegidas por tarjas pretas, capuzes e bonés. Nem a "sofressora", ou melhor, professora, aparece. Segundo a autora, foi a forma de "representar a invisibilidade e a impotência desses profissionais frente à realidade social do Brasil, que muitos insistem em ocultar".
Visualmente, a publicação chama a atenção devido ao seu projeto gráfico, que remete aos antigos cadernos escolares pautados e traz também fragmentos de trabalhos de alunos e reportagens que mostram a violência crescente nas salas de aula.
Iscola… o crime pode ser adquirido diretamente no site da autora e também em algumas livrarias e gibiterias.
Desde 1998, Rose Araujo é cartunista do jornal Extra e da Revista Canal Extra, com a tira Os amigos da Lis. Participou das coletâneas Tiras de Letra - Até debaixo d'água (2008), Tiras de Letra - Na batalha (2009) e Tiras de Letra - Nota dez (2010), da Virgo. Além disso, em 2006, foi uma das representantes do Brasil na exposição As mulheres criadoras e a arte da caricatura, que teve 42 desenhistas de 23 nações e percorreu países como Peru, Espanha, Portugal, México, Itália, Cuba, Estados Unidos e China.