Islamitas apertam o cerco contra cartunistas da Dinamarca
Está
cada vez mais crítica a situação dos cartunistas dinamarqueses que, em
setembro do ano passado, fizeram caricaturas do
profeta Maomé no jornal Jyllands-Posten.
Ainda sofrendo ameaças
de morte, os artistas estão vivendo escondidos e sob a proteção de
guarda-costas pagos pelo jornal. Entretanto, depois que os desenhos foram
republicados há duas semanas em uma revista da Noruega, a pressão sobre
eles aumentou e agora está na esfera política.
Na semana passada, parlamentares da Jordânia exigiram do governo da Dinamarca
uma punição severa aos que praticaram "esse crime covarde e repreensível
que urge expressa condenação e castigo formal aos perpetradores".
"O Islã proíbe qualquer representação de Maomé, e nós percebemos que essas
caricaturas podem transtornar algumas pessoas, mas não é aceitável que
o parlamento de um país supostamente democrático peça que os desenhistas
sejam castigados", diz um trecho do comunicado oficial divulgado pela
Reporters Without Borders, organização dinamarquesa que defende
a imprensa livre.
Embaixadores de onze países muçulmanos já pediram uma audiência
com o primeiro-ministro dinamarquês Anders Fogh Rasmussen para discutir
o assunto, mas ele se recusa a recebê-los e acentua o compromisso da Dinamarca
com a liberdade de imprensa.
Mesmo assim, Rasmussen escreveu em sua mensagem de ano-novo que condena
qualquer forma de expressão que ataque um grupo de pessoas por suas convicções
religiosas.
Enquanto isso, só resta aguardar as cenas do próximo round.