Jim Lee dá mais detalhes sobre nova fase do Super-Homem
Em entrevista ao site The Pulse, o desenhista Jim Lee falou mais sobre seu trabalho ao lado do escritor Brian Azzarello com o Super-Homem, assim como possíveis futuros projetos e sua volta aos quadrinhos de forma regular.
"Não sei se me sinto mais vivo, mas certamente mais ocupado. É um trabalho difícil", começou Lee. "Ficamos torcendo para haver mais um dia para melhorar as páginas, um dia a mais para descansar ou aproveitar com a família ou amigos. Mas adoro o quão precioso o tempo se torna quando se tem 23 páginas por mês para desenhar. Bom, sim, vivo é uma boa palavra."
"Há muito mais pressão em cima de mim hoje. A expectativa de qualquer coisa que eu faça atualmente é muito maior do que antes da marca alcançada com Batman, mas se as pessoas precisam de alguém para mostrar o que pode ser feito, fico feliz em poder mostrar algo. Quanto mais você vende, mais pedem para você. Felizmente eu lembro como era no início da década de 1990, então saberei manejar isso", afirma.
Se Batman é sombrio e representa a escuridão, o Super-Homem é o inverso. Mas talvez não sejam assim tão diferentes na história que Azzarello e Lee estão preparando. "Após pensarmos muito, decidi ir contra a maré e não fazer um Super-Homem tão claro, representando a luz. Estou tentando mantê-lo o mais realista possível. Acho que as duas maneiras são igualmente válidas, mas esse Super-Homem é mais sombrio. Estou tentando passar na arte o clima do script de Brian."
E Jim Lee confessa que o personagem que será mostrado nas páginas de Superman é a visão do autor. "Eu apenas desenho o que ele define no roteiro. Esse Super-Homem parece mais humano para mim, mas não da maneira que foi vista no passado. Sei que algumas pessoas viram o preview da Wizard e imaginaram como ele será diferente das versões anteriores. O Super de Brian é heróico de uma maneira que a maioria das pessoas só pode imaginar. Mas ele ainda é humano de coração, isso significa ser perturbado, mas ainda forte, sombrio, e ainda decidido", analisou.
Lee ficará no título por 12 edições, e a trama se chama For Tomorrow. É uma grande história formada por pequenos arcos, e um dos objetivos será criar novos vilões. "Acho que os leitores ficarão surpresos com os rostos que aparecerão na aventura e o porquê", aposta.
O desenhista também voltou a explicar os motivos pelos quais considera mais difícil trabalhar com o Homem de Aço do que com o Batman. "O Super é considerado um personagem antigo, que joga pelas regras do jogo. O Batman, com sua sede de vingança, uniforme assustador e aparelhos legais passa a impressão de um personagem mais contemporâneo, especialmente quando é retratado como alguém que acha que os fins justificam os meios. Fazer do Super-Homem um personagem legal é um desafio, e é por isso que comecei com o Batman. Para alcançar o momento ideal e levar isso ao Super."
"Acreditem em mim, essa história é muito boa, valerá a pena ser relida e analisada. É sobre Super-Homem, o que ele representa, simboliza e como essas crenças se encaixam nos dias de hoje", resumiu.
Quando a primeira edição da nova dupla (Superman # 204) estrear, em abril, Lee estará terminando o quarto capítulo da saga (Superman # 207), o que lhe dará um prazo apertado para manter o ritmo ao longo de um ano. Como todos sabem, Lee não é conhecido por sua velocidade para desenhar.
Em seu trabalho com Batman, ele estava bem mais adiantado.
E sobre projetos após Super-Homem? Será que depois do Homem de Aço e do Batman chegará a vez da Mulher-Maravilha? "Não posso falar muito sobre projetos que virão após esse trabalho com o Super, mas posso afirmar que não será a Mulher-Maravilha. Adoro o que Rucka e Johnson estão fazendo. Mas sobre desenhar a personagem, bem, digamos que haverá oportunidade para isso", desconversou Lee.