Jodorowsky e Manara iniciam nova série
O
chileno Alejandro Jodorowsky, um dos mais cerebrais roteiristas de quadrinhos
da Europa, estréia no gênero das HQs históricas na companhia de um outro
expoente da Nona Arte européia: o desenhista italiano Milo Manara, com
a série Borgia.
Ambos escolheram um tema bastante denso: a assunção de Rodrigo Borgia,
pai de Lucrécia Borgia, ao papado (em 11 de agosto de 1492), um dos períodos
mais negros, senão o mais negro, da história do Vaticano. Até os cronistas
mais interessados em por cores suaves na libertinagem de Rodrigo Borgia
assinalam que este seu vício o acompanhou em pleno exercício do papado.
Para quem conhece o traço de Manara, mestre italiano do quadrinho erótico,
é fácil adivinhar o prato cheio que representa uma situação social decadente
como esta, em que estão presentes mulheres nuas, golpes de espadas e excessos
de todo tipo. Quanto a Jodorowsky, pode-se esperar que seu fino humor
ilustre com propriedade certas passagens do tema, inúmeras vezes tratado
pela cultura européia.
Du Sang pour le Pape (Sangue para o Papa), o primeiro volume,
foi publicado no dia 24 de novembro pela Albin
Michel, na França, também responsável pela publicação - em maio
- do livro de Jodorowsky sobre tarô La
Voie du Tarot, a partir do qual Jodorowsky roubou
a cena na cúpula mundial de intelectuais de Barcelona, a Kosmopolis
2004.
O álbum, obviamente indicado para o público adulto, custa 13,9 euros e
tem 56 páginas coloridas, como
esta.
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este.
Em tempo: com o mesmo tema, foi lançado, em 2003, o filme Borgia,
com direção de Neil Jordan e Robert Zemeckis, com Ewan McGregor, Christina
Ricci, John Malkovich, Ian McKellen e Antonio Banderas no elenco. Uma
indicação em livro sobre o período é Ou César ou nada, de Manuel Vázquez Montalbán, que
os brasileiros tiveram traduzido pela Ediouro.