John Byrne: polêmica pouca é bobagem
Há
cerca de duas semanas, o quadrinhista John Byrne declarou guerra contra
a renomada enciclopédia livre Wikipedia. Tudo porque o site havia
publicado um artigo que, segundo o artista, tecia afirmações inverídicas
sobre sua vida pessoal e profissional.
O texto, que pinçava declarações colhidas de fãs, colegas de trabalho e até de entrevistas antigas de Byrne, mostrou a faceta intragável do autor, que não aceita críticas contra suas obras e é de difícil trato no relacionamento com as pessoas.
Além de expressar publicamente sua ira por intermédio de mensagens em fóruns de discussão na internet, Byrne pressionou e obrigou o diretor da Wikipedia, Stephen Gerding, a editar o artigo segundo sua orientação, deixando apenas a biografia e a lista bibliográfica.
"Isso
abre um terrível precedente, que permitirá a quem for tema de assunto
na enciclopédia, determinar o que pode ou não ser escrito sobre si", disse
Gerding.
O fato é que tal atitude só veio a somar pontos negativos à imagem de John Byrne. Suas manias e "chiliques" são conhecidos, tanto que na última Baltimore Comic-Con, convenção de quadrinhos encerrada no dia 18 de setembro, circulou entre os visitantes e artistas convidados um hilário panfleto que brincava com o assunto e fez bastante sucesso.
Distribuída de forma anônima, a "obra" é uma história em quadrinhos feita com montagem de foto sobre desenho, na qual Byrne é retratado como um sujeito "marombado", egocêntrico e tão partidário do inglês correto que agride um fã que fala errado. Ainda há, no final da página, uma impagável lista de coisas que não se deve fazer ou dizer para não irritá-lo.
Aconselha-se, por exemplo, a quem dele se aproximar, jamais chamá-lo apenas de John ou somente de Byrne, entre outras atitudes que devem ser evitadas para não se correr o risco de receber respostas, no mínimo, grosseiras...