Judd Winick fala sobre desafio de assumir Batman
Há pouco mais de um ano, a DC Comics resolveu revitalizar o Batman. Ela contratou o escritor Jeph Loeb e o desenhista Jim Lee para assumirem o título por 12 edições, o que marcaria também o retorno de Lee a uma série mensal após anos. O resultado foi um retumbante sucesso de vendas, girando sempre em torno de 150 mil cópias, sendo que a última edição alcançou a impressionante marca de 250 mil, batendo obras como o esperado crossover LJA/Vingadores.
Logo após, chegou a vez de Brian Azzarello e Eduardo Risso (a premiada equipe criativa responsável pela série 100 Balas) assumirem a revista por seis números, fase que começou a ser publicada em outubro de 2003.
E a DC confirmou, na convenção Las Vegas Comicon, que os próximos responsáveis pelo título do Homem Morcego serão Judd Winick e Dustin Nguyen. Os dois farão um arco de histórias em cinco partes.
"Chamar isso de um feliz acidente não estaria muito errado", disse Winick. "Tudo começou ano passado, na WonderCon. Eu tinha me mudado para San Francisco, e todos da DC estavam lá para o evento. Almocei com Dan DiDio (vice-presidente executivo do Universo DC) mas não falamos de nada em particular, nada sobre novos projetos. Na volta, ele comentou que tinha vários desenhistas que queriam trabalhar em Batman, mas sem escritores o suficiente."
"Eu perguntei quais eram os artistas, e ele me respondeu se eu teria tempo para o Batman. Então eu perguntei novamente quais eram os artistas", relembra o autor. "Um dos nomes era o de Dustin, e quando ouvi isso pedi pra me incluir no projeto. Se ele quisesse trabalhar comigo, eu queria trabalhar com ele."
De acordo com Winick, ele tem uma história bem específica que quer contar, mas admite que substituir as fases de Loeb/Lee e Azzarello/Risso não é nada cômodo. "Na nossa história, os leitores verão o Batman contra dois grandes inimigos e algumas mudanças. Não será uma daquelas histórias que ninguém sentiria falta se não tivesse sido contada. Haverá mudanças importantes, sobretudo com os vilões", afirma.
Mas se existe um problema na atual política da DC com o título, é a falta de uma continuidade. Afinal, cada equipe criativa conta uma história específica e dá lugar a novos criadores. Isso é algo que Winick quer impedir. "Vamos amarrar algumas coisas com os dois arcos anteriores. A editora não quer que a série se torne uma coleção de minisséries, então haverá uma cronologia entre as três histórias."
Nenhum detalhe sobre a trama foi revelado, e mesmo assim a DC já tem outros profissionais em sua mira. Os nomes, entretanto, continuam sendo guardados, apesar das especulações.