Ken Parker 53 apresenta a vida e o infortúnio dos pioneiros
Sob uma quase intransponível tempestade de areia, Ken Parker se arrasta
à procura de abrigo. Depois de desafiar as forças dos ventos por algum
tempo, depara-se com um cavalo morto. Mais adiante, encontra seu dono
desfalecido. Ele coloca o homem no lombo do seu cavalo e o leva a um local
seguro.
Em seguida, consegue chegar até sua casa, a seis milhas
de distância, onde a mulher e os dois filhos o esperam. O nome do dono
do rancho é Harvey. Ele havia se perdido a caminho de Garden City, a cidade
mais próxima. Saíra em busca de um médico para seu filho, o pequeno Harry,
que está com febre há dez dias.
Ao adentrar a casa, Parker encontra um mundo de desolação dentro de quatro
paredes que pior se expressa no aspecto de tristeza da mulher, Sarah,
cujos traços ainda revelam uma beleza jovial. Ela lhe conta que se estabeleceram
naquele lugar havia um ano. Vieram de Bismarck, Missouri, depois de lerem
no jornal um anúncio de venda de boas terras a preços baixos naquela região.
Não era bem assim.
Todos os animais que compraram morreram e as sementes plantadas não vingaram.
Eles tentam acreditar que é preciso ter paciência, como fazem todos os
pioneiros que vieram desbravar o oeste americano. Sensibilizado, Parker
divide suas provisões com a família.
Em poucos momentos a realidade da miséria entre os colonos que não deram
certo no povoamento do oeste foi mostrada numa ficção de forma tão cruel
como faz Berardi. Parker chega como um anjo que traz esperança para aliviar
o sofrimento daquelas pessoas, mas sem qualquer pieguice.
A solidariedade transpassa todas as páginas história criada por Berardi.
Seu personagem, antes de tudo, leva vida a um lugar onde tudo parece perdido.
O volume 53 (formato 16 x 23 cm, 104 páginas, R$ 30,00) da Coleção Ken Parker apresenta a trama Os Pioneiros,
com roteiro de Giancarlo Berardi e arte de Giorgio Trevisan. O título
é uma publicação da Editora Tapejara, e será vendido em gibiterias e livrarias a partir deste mês.