Krazy Kat é o novo álbum da Opera Graphica
O apreciador de histórias em quadrinhos e os fãs em geral têm, a partir de agora, a oportunidade de conhecer um personagem que apareceu raras vezes em publicações brasileiras. Trata-se do polêmico Krazy Cat (formato 16 x 23 cm, 96 páginas, R$ 12,90), o mais recente lançamento em álbum da Opera Graphica.
Krazy Kat surgiu obscuro em 1913, como uma tira diária sem nome. Depois, ganhou fama e foi publicada até a morte de seu autor George Herriman, em 1944. Quando as histórias em quadrinhos estavam sendo "formadas", no inicio do século 20, o gênero animal strip foi dos primeiros a surgir. Animais humanizados eram astros das tiras de jornais. O público infantil era o alvo principal. Krazy Kat logo se tornou o contraponto de séries açucaradas, como as de Walt Disney.
É uma série surrealista, idolatrada por artistas gráficos de todo mundo como Will Eisner (Spirit), Ivo Milazzo (Ken Parker), Forrest (Barbarella), Crumb (Fritz the Cat) entre tantos, assim como muitos cineastas e artistas plásticos, em particular, Salvador Dali.
Outra característica peculiar é o fato de o personagem "inventar" expressões em seu modo de falar, recurso que posteriormente veio a ser utilizado, inclusive em quadrinhos nacionais, como nos personagens da Chiclete com Banana, de Angeli.
Krazy Kat por mais de 30 anos se desenvolveu sobre um mesmo tema. O "triângulo amoroso" impossível entre um cão policial, um rato marginal e um gato apaixonado. .. ou seria uma gata? Nunca o sexo de Krazy ficou definido nos quadrinhos - daí a "polêmica". Porém, o artista responsável pelos desenhos animados - Gene Deitch, pai do cartunista Kim Deitch - fez Krazy com características femininas mais acentuadas.
São poucas as publicações desta grande obra de arte dos comics em todo o mundo. Neste álbum, é esmiuçado o histórico sobre Krazy Kat e seu genial autor.