Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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La Bouche du Monde, um fanzine franco-brasileiro

16 dezembro 2004

Depois
de dois anos, saiu a oitava edição do La Bouche du Monde, datada
de novembro, fanzine do brasileiro emigrado mas ligado nas coisas do nosso
país (e colaborados do Universo HQ), Eduardo Pinto Barbier, com
quadrinhistas do Brasil, Canadá, França e Portugal.

O fanzine é publicado atualmente em Narbonne, na França, em formato de
álbum, com 56 páginas (aumentou) ao preço de cinco euros. A capa e a contracapa
são coloridas, e o miolo, em preto-e-branco.

Apesar de vir com o selo da Boca Productions, na verdade, é o Eduardo
quem faz tudo. A começar, pelo mais difícil: reunir, organizar e traduzir
todo o material. Um outro fanzine que Barbier já produziu foi o Língua,
que falava sobre zines.

O La Bouche du Monde foi lançado em 1991, em Belém, com o nome
de A Boca do Mundo. Desde então, os produtores de quadrinhos de
Quebec, no Canadá, tem valorizado muito mais o esforço do Eduardo do que
os brasileiros.

O número atual, dedicado a Henrique Magalhães (o valente editor da Marca
de Fantasia
) , apresenta melhores traços do que argumentos, e
começa com uma bela capa de uma Medusa fálica, realizada pelo mineiro
Luciano Irrthum.

A lista de brasileiros continua com Calazans, que em duas pranchas fala
da traição de classe de certa "esquerda" brasileira. Marat e Masp publicam
quatro tiras de Pigg & Meka, curtas crônicas bem encaixadas da
louca modernidade, que começam com uma bala perdida que pede refúgio.
Gazy Andraus comparece com Sina, uma parábola da liberdade perdida.

Darlan & Allan Leo trazem uma história pouco convencional de um menino
adotado por uma freira. Cristiano Cleuber e seu Arroz Integral
tiram um sarro competente da indústria do disco. Amorim, o chargista,
vem com uma história muda de três páginas que denuncia a covardia e o
imobilismo do homem moderno.

Thais de Linhares (a grande aquisição do número, segundo o próprio editor)
cria uma história de solidão e destino trágico em Copacabana, chamada
Parazimbabwe, que é um bom exemplo de HQ muda, quase um roteiro
para um curta-metragem. Sidney apresenta quatro tiras de situações urbanas
brasileiras, muito bem desenhadas, mas com desfechos previsíveis. Rovel,
numa história metalingüística, deixa o leitor solto num elevador rumo
ao céu. E Henrique Magalhães explora, com uma história do Cafuçu,
a temática da camisinha e de seus (des)usos.

Na lista de não brasileiros, destaque para Darnaudet e Altimiras, com
seu Le Taxidermiste, que explora a relação entre o ofício e os
mitos da morte; e para Minighetti e Bonner, que mostram um outro lado,
muito original, de um hospital onde ocorrem clonagens - nem todas com
sucesso.

Como se vê, um fanzine para adultos, que acaba valendo o preço de capa.
Para o número 9, Eduardo promete pôr em prática algumas novas idéias,
que nós vamos esperar, com certeza.

Para manter contato com o La Bouche du Monde, basta escrever um
e-mail ou por carta, para o
endereço 14 Place Thérèse Léon Blum, 11100 - Narbonne - France.

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