Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Notícias

Le Concombre Masqué ganha antología

10 dezembro 2004

O Concombre Masqué, de Mandryka, ganha antologiaA
editora francesa Dargaud publicou, em novembro, a compilação inédita
em um volume das tiras e pranchas de Le Concombre Masqué, criação
de Nikita Mandryka, que foram originalmente publicadas na Pilote.

Lançado em primeiro de abril de 1965 no Vaillant Le Joumal de Pif,
o desajeitado Le Concombre Masqué (que quer dizer o pepino mascarado)
vive no deserto de "la Folie Douce" (a Doce Loucura) e tem por melhor
amigo o Chourave, personagem nem tão secundário assim (tem até fã-clube
particular
), um tubérculo andante com um pé-de-alface na cabeça.

Apresentados assim, parecem mais dois personagens hilários, somados a
um panteão de personagens da tradição da BD. Mas não se resume a isto
a importância do Pepino Mascarado.

Na verdade, seu autor (textos e desenhos), Nikita Mandryka, é personagem
central da "ruptura" que houve na BD francesa do início dos anos 1970.

Juntamente com Gotlib, Reiser, Cabu, Bretécher, Phillipe Druillet, Jacques
Tardi, Giraud, Mézières, F'Murr, o grego Fred e Enki Bilal, Mandryka faz
parte do belíssimo time que teve a guarida de René Goscinny na Pilote
para apresentar seu talento, até que, em 1972, acabou sendo um dos fundadores, com Claire Bretécher (que recentemente teve seu trabalho Os Frustrados lançado no Brasil, pela Marca de Fantasia) e Gotlib, da L'Echo des Savanes,
revista que foi um dos marcos do "novo" quadrinho francês, que incorporava
mais ferozmente a sátira de costumes, com boas doses de iconoclastia.

Exatamente por já ser conhecido e por seu aspecto "tradicional", Le Concombre
Masqué (juntamente com Le Génie des Alpages, de F´Murr, e Philémon, de
Fred), foi uma das portas de ligação dos leitores acostumados ao rigor
de criação da escola franco-belga com a maior liberdade temática dos novos
realizadores.

O forte do humor dos personagens da série é exatamente o nonsense,
onde se pode encontrar de baleias do deserto a outros animais-bichos estranhíssimos
e extremamente originais, entremeados por diálogos de bordões que marcaram
várias gerações de leitores da BD (especialmente, a expressão "Keskeucé?").
Junte-se a isso um colorido extremamente vivo e é fácil imaginar porque
todos os veículos ligados a Nona Arte de expressão francesa estão saudando
a publicação da obra.

A ficha oficial do álbum, que custa 49 euros, pode ser conferida aqui.

Não esquecendo que na Pilote
especial de Natal
deste ano, que já está à venda, os aficionados
por BD também estão tendo oportunidade de ver trabalho de Nikita Mandryka.

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