Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Livro analisa os poderes dos vilões

1 fevereiro 2006

The Science of SupervillainsDepois
de analisar os poderes dos super-heróis no primeiro livro, os escritores
Robert Weinberg e Lois Gresh lançaram nos Estados Unidos, em 2004, mais
um volume da série que destrincha os supertipos dos quadrinhos sob uma
visão científica. Foi a vez dos representantes do mal.

Em The Science of Supervillains (John Wiley & Sons, capa dura, 224 páginas), cada um dos vilões como Magneto, Brainiac, Mxyzptlk, Dr. Octopus, Abutre, Lex Luthor, Dr. Destino, Venom e dezenas de outros tem um capítulo próprio com sua biografia contada e seus poderes analisados de uma forma curiosa e divertida.

Nas primeiras páginas do livro, o leitor encontrará um prefácio sobre a Era de Prata dos quadrinhos de super-heróis, seguido de uma introdução escrita por Chris Claremont com uma breve explanação sobre Magneto e um depoimento sobre as dificuldades de criar vilões plausíveis.

A partir daí, seguem os capítulos com as estrelas da obra. E aí cabe um toque aos mais desavisados: com exceção de Venom, todos os outros personagens são biografados e analisados com base na Era de Prata. Dessa forma, Lex Luthor, por exemplo, é o super-cientista que perdeu o cabelo em um experimento que resultou em acidente, e não o empresário cruel e político corrupto da atualidade.

O texto sobre Luthor, a propósito, tem uma passagem bastante incômoda. Não se limitando a discutir os fundamentos por trás das invenções malucas do personagem, como máquina do tempo, dispositivo de teletransporte e armas de destruição em massa, os autores ainda sugestionam coisas mais terríveis para ele usar se realmente quiser matar muitas pessoas. Assim, são descritos de forma aterradora os resultados destrutivos que o antraz e outras armas químicas e biológicas promoveriam para esse intento.

Já Hera Venenosa protagoniza um artigo bem mais ameno. O texto diverte com fatos curiosos sobre venenos de plantas, feromônios, plantas carnívoras, enxertos genéticos e até mesmo sobre a fabricação de batons.

E nesse estilo continuam os outros capítulos, traçando paralelos entre as habilidades sobre-humanas ou apetrechos tecnológicos desses personagens e o que a Ciência permite realizar no momento. No texto sobre o Dr. Destino, o assunto tratado é sobre exoesqueletos e colete à prova de balas; quanto a Venom, o tema é sobre roupas inteligentes; no que se refere ao Lagarto, as páginas versam sobre regeneração de partes do corpo; Dr. Octopus, membros protéticos; Vandal Savage, estudos sobre envelhecimento; Gorilla Grod, inteligência animal; e várias outras correlações.

O que causa estranheza nessa galeria, porém, é o fato de o Surfista Prateado fazer parte dela. Bem como as páginas dedicadas a Crise nas Infinitas Terras, que apesar de conter um interessante texto sobre a teoria dos mundos alternativos e a natureza do infinito, ficam deslocadas do contexto do livro.

De qualquer forma, a obra é uma boa pedida que, espera-se, seja publicada no Brasil. Afinal, mesmo já se passando dois anos desde o lançamento nos EUA, o primeiro volume, dedicado aos mocinhos, saiu por aqui há poucos meses. Resta saber se os malvadões terão alguma chance.

 

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