Livro da Marca de Fantasia faz análise sobre Watchmen
No
mês de dezembro, a editora Marca
de Fantasia lançou Watchmen e a teoria do caos (formato
12 x 18cm, 80 páginas, R$ 10,00).
Alan Moore, para a criação de Watchmen, parte de uma questão básica: como seria um mundo sobre o qual os super-heróis realmente caminhassem? Como eles se relacionariam com os seres humanos normais, quais seriam suas angústias, que conseqüências isso teria? Em resposta, ele lança mão de um dos princípios da teoria do caos: o efeito borboleta.
Esse conceito foi elaborado a partir da grande dependência das condições iniciais apresentadas pelos fractais. A mudança de um único número pode transformar completamente o formato de um desenho fractal. A mesma regra vale para alguns eventos não lineares. Assim, o bater de asas de uma borboleta em Pequin pode modificar o sistema de chuvas em Nova York.
Moore transpôs o conceito para os quadrinhos. Se o bater de asas de uma borboleta pode ter conseqüências tão imprevistas, imagine-se o surgimento de super-heróis... Para Moore, o mundo jamais seria o mesmo.
Vista sob a perspectiva dos anos 90, Watchmen destaca-se por ser uma obra nitidamente pós-moderna. Algumas características das obras pós-modernas podem ser facilmente encontradas na HQ. Entre elas, o uso de formas gastas e da cultura de massas.
A construção em abismo é outra característica que encaixa Watchmen no grupo de obras pós-modernas. A história se inicia com uma trama básica, a respeito de um matador de mascarados, e, a partir dela, desmembram-se outras tramas. Como num fractal, à medida que nos aprofundamos, a história vai revelando novas complexidades.
Mas a principal característica pós-moderna da história parece ser a mistura do sério com o divertido. Estas e outras considerações são traçadas por Gian Danton sobre a obra de Alan Moore e Dave Gibbons, uma das mais importantes criações das histórias em quadrinhos.