Marjane Satrapi fala sobre graphic novels
Em
entrevista à revista dominical do jornal New York Times, a quadrinhista
Marjane Satrapi criticou a expressão "graphic novel", usada para
designar histórias em quadrinhos mais sofisticadas.
"Eu acho que eles inventaram esse termo para a burguesia não ficar assustada
com os quadrinhos" disse a autora de Persépolis. "Tipo, ó, esse
é o tipo de quadrinhos que você pode ler".
Em seu depoimento, Marjane falou sobre a diferença entre quadrinhos e
cinema, duas formas de expressão criadas na mesma época. Mas, para ela,
o cinema logo se tornou uma arte maior, diferentemente das HQs. "A diferença
é que as pessoas não sabem lidar com o desenho", relata a cartunista iraniana.
Marjane comparou a dificuldade de o público lidar com quadrinhos com a rejeição aos bissexuais:
"Ou as pessoas gostam de escrever ou elas gostam de desenhar. A gente
gosta das duas coisas. Nós somos os bissexuais da cultura. As pessoas
não acham que é um problema se você é um homossexual ou se você é heterossexual,
mas se você é bissexual elas têm um problema com você".
Fumante sem pudores, a cartunista também falou sobre morar em Paris: "Eu
gosto de lá porque posso fumar em qualquer lugar, mas isso vai mudar.
Então talvez eu mude para a Grécia, porque lá você ainda pode fumar em
qualquer lugar".