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Mark Millar declara ser contra venda digital simultânea com versão impressa

25 novembro 2011

Mark Millar

O escritor Mark Millar - autor de obras como Authority, Ultimate X-Men, Guerra Civil, Supremos e Kick-Ass - expôs sua opinião sobre a recente onda iniciada pela DC Comics (e rapidamente seguida pelas demais editoras dos Estados Unidos) de oferecer suas publicações para vendas digitais simultaneamente com o lançamento da revista impressa.

"Acho que o formato digital pode ser uma ferramente útil, mas cada vez me preocupo mais com os amigos lojistas serem prejudicados", explicou. "Lançamento simultâneo é uma ideia desastrosa e não faz o menor sentido econômico para o mercado, além de ter o potencial de arruinar as comic shops e, em longo termo, não fará qualquer favor às editoras."

Ele continua. "Os lojistas são uma peça tão importante do mercado quanto os criadores e os personagens. São apaixonados pelo que fazem, de uma maneira que as sugestões da Amazon nem chegam perto. Tenho vários amigos nessa área e eles estão na corda bamba. Uma queda nas vendas, mesmo que de 5% ou 10%, ocasionaria o fechamento de várias lojas. Eles estiveram do nosso lado nos momentos mais difíceis, não deveríamos mostrar um pouco de lealdade agora? Tudo que tenho hoje vieram dos royalties das vendas desses lojistas, então me importo com o assunto".

Para Millar, existe espaço para o mercado digital, mas não dessa maneira. Ele sugere que seja feito como na indústria cinematográfica, que tem lançamentos em fases. As comic shops seriam os cinemas e a primeira fase para tornar os produtos disponíveis. Depois, viriam os encadernados, que seriam como os DVDs, e, por fim, disponibilizados digitalmente - o que equivaleria à venda de direitos para exibição de um filme na televisão.

"Não sou contra o formato digital no seu conceito. Atualmente, não dá muito dinheiro, mas tem potencial. Como criador, é lógico que tenho interesse na área e que meus trabalhos cheguem para o maior número possível de pessoas. Apenas precisamos ter a sensibilidade de como fazer funcionar. Não acho que leitores ocasionais, que são o público dessa área, se importariam em ter as histórias um pouco mais tarde. E quando lessem a primeira edição digital, poderiam gostar tanto que correriam para uma comic shop e comprariam o encadernado, em vez de esperar meses pelo restante da história", ponderou.

 

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