Martin Mystère: 25 anos de aventura
Intelectual.
Galanteador. Bem-humorado. Versado em diversas áreas da ciência e da cultura.
Com esses e outros atributos marcantes, o aventureiro dos quadrinhos Martin
Mystère estreou na Itália em abril de 1982.
Criado pelo roteirista Alfredo Castelli para a Sergio Bonelli Editore,
o personagem conquistou os leitores com aventuras repletas de citações
históricas, mistérios seculares e ficção científica, tudo temperado com
muita ação e doses extras de humor.
Ao lado de seu fiel amigo e assistente Java - um homem de Neanderthal
com milhares de anos de idade, encontrado em um vale no Himalaia - e da
eterna noiva Diana Lombard, Martin Mistère percorre o mundo na busca insaciável
por conhecimento e descobertas que podem mudar o rumo da civilização da
Terra. Por isso mesmo, é combatido pelos cruéis Homens de Negro, integrantes
de uma seita que luta para manter o status quo da humanidade e
impede que todos saibam da existência de extraterrestres, do reino submerso
de Atlântida e de vários estranhos e obscuros fatos que estão ocultos
há milênios.
Outro
adversário ferrenho de Martin Mystère é Sergej Orloff, seu ex-amigo e
uma espécie de "Lex Luthor" bonelliano. O maquiavélico homem de negócios
possui ao seu dispor as mais perigosas parafernálias tecnológicas para
tentar destruir o herói.
Todos esses elementos, aliados as histórias com roteiros instigantes,
garantiram até hoje o sucesso do Detetive do Impossível em alguns países.
No Brasil, o gibi Martin Mystére chegou em 1986 pela RGE/Editora
Globo, e dois anos depois foi cancelado na edição 13. Em 1990, a Record
passou a publicar a revista, dessa vez no formato original italiano, que
chegou ao fim em 1992, após 17 edições mensais. Por fim, o personagem
voltou a ser publicado entre 2002 e 2006 pela Mythos Editora, totalizando
42 números da série mensal em formatinho, além de histórias avulsas nas
seis edições de Seleção Tex e os Aventureiros, em 2005.
Martin
Mystère também participou de alguns crossovers com outros personagens
da Sergio Bonelli Editore, algo raro
na editora italiana. Um desses encontros foi com Dylan
Dog, no especial Última
parada: Pesadelo, publicado no Brasil em 1992 pela Record.
Mas permanece inédito por aqui o encontro com o herói do futuro Nathan
Never.
Além dos quadrinhos, Martin Mystère enveredou para outras mídias, como
os videogames e os desenhos animados. Uma série animada foi produzida
na França em 2003 e mostrava os personagens com um conceito diferente
do original, inclusive retratados como adolescentes. Diversos desses episódios
foram exibidos há pouco tempo no Brasil, pela TV Globo.
As revistas em quadrinhos de Martin Mystère continuam sendo publicadas
na Itália. No título mensal (que já se encontra no número 290) e nas edições
especiais, muita história boa já foi contada. Fica então a torcida para
que os leitores brasileiros não continuem por muito tempo sem apreciar
algumas dessas aventuras.