Mercado japonês contabiliza queda nas vendas de mangás
"Em
um mercado de 500 bilhões de ienes, novas empresas continuam a entrar
e, ainda assim, o mercado parece estar se contraindo". Este é um trecho
da introdução do artigo publicado por um jornal japonês, traduzido para
o inglês pelo site Mangasnews.net, sobre os problemas na circulação
das publicações nipônicas.
Segundo a matéria, o mercado da terra do sol nascente encara uma "depressão" graças à queda na vendagem dos grossas revistas vendidas por lá semanalmente.
Um das mais conhecidas do mundo, a Shonen Jump, diminuiu sua tiragem de seis para três milhões de exemplares. Em outubro de 2006, a indústria dos mangás sofreu uma baixa de 4,7% em suas vendas.
"As vendas de histórias em quadrinhos vêm caindo nos últimos dez anos", declarou o escritório da Shogakukan, uma das três editoras que domina o mercado. Juntamente com a Shueisha e a Kodansha, representa 60% do que é consumido pelos leitores.
O editor da revista So, Shinoda Hiroyuki, tenta explicar a situação: "As pessoas costumavam ler mangás seriados nas revistas, e se elas compravam histórias em quadrinhos, estas eram encontradas nas revistas. Mas agora, sem ler as revistas, elas compram as histórias em quadrinhos que ficaram populares ao transformarem-se em animês ou séries de TV".
O
interesse por itens de consumo eletroeletrônicos também é citado por um
representante da Kodansha, principalmente celulares. Ironicamente,
a distribuição de conteúdos eletrônicos através dos aparelhos gerou uma
renda de 3.4 bilhões de ienes para as grandes companhias em 2005. O que
aponta para outro problema: a digitalização das histórias em quadrinhos.
"O futuro da revista em quadrinhos será dominado pela revista gratuita e pela Internet", concluiu pessimista um assistente de uma associação de mangás. Este mês, estreou a primeira revista de distribuição gratuita do país, a Comic Jumbo, viabilizada por meio de anúncios publicitários espalhados em seu miolo.
Apesar do atual recesso e dos problemas relacionados a isso, o mercado nipônico, sem dúvida, é um dos mais lucrativos - se não o maior - de histórias em quadrinhos do planeta.