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Morreu, aos 68 anos, o roteirista argentino Carlos Trillo

10 maio 2011

Carlos Trillo

O roteirista argentino Carlos Trillo faleceu no sábado, dia 7 de maio, aos 68 anos de idade. O escritor estava fazendo uma viagem a Londres, na Inglaterra, acompanhado de sua esposa, a escritora Ema Wolf, quando sentiu um mal súbito e foi internado num hospital.

Trillo é um dos maiores autores da historieta argentina. Ele é considerado pelo escritor Guillermo Saccomanno e pelos desenhistas Domingo Roberto Mandrafina e Miguel Rep como a mais importante figura dos quadrinhos de seu país depois de Héctor Germán Oesterheld, autor de El Eternauta, que desapareceu em 1977, durante a ditadura militar.

Nascido em Buenos Aires, em 1º de maio de 1943, Trillo iniciou sua carreira em 1963, trabalhando como colunista esportivo, fazendo peças publicitárias, escrevendo artigos para revistas infantis e como redator de revistas destinadas ao público feminino.

Ele publicou suas primeiras tiras em 1964, na revistas Patoruzú, para a qual trabalharia até 1968. Trillo colaborou com a editora de Manuel Garcia Ferré (criador do personagem Anteojito), escrevendo histórias para as séries Hijitus, Antifaz, La Família Panconara e Topo Gigio (personagem infantil italiano).

Obra de Carlos Trillo

Em 1972, passou a colaborar com a recém-lançada Satyricón — revista que inovou o humor gráfico no país —, da qual tornou-se editor artístico em 1973. O título foi cancelado pelos militares em 1976.

Foi nesse período que conheceu Alberto Breccia, com quem fez Un tal Daneri, história lançada na revista Mengano, em 1975; e Horacio Altuna, seu colaborador na série El Loco Chávez, que era um reflexo da vida social e econômica da Argentina.

As HQs de El Loco Chávez foram publicadas diariamente no jornal Clarín, de 26 de julho 1975 até 10 de novembro de 1987. Depois disso, foram substituídas por El Negro Blanco, série escrita pro Trillo e ilustrada por Ernesto García Seijas até setembro de 1993.

Depois do cancelamento de Satyricón, Trillo expandiu seus horizontes, escrevendo para revistas como El Pendulo, Humor e Superhumor.

Nas décadas de 1970 e 1980, colaborou com Altuna em Charlie Moon, Merdichesky, Las puertitas del Sr. López, publicada em El Péndulo, em outubro de 1979, El último recreo, HQ lançada em 1982, no famoso título espanhol, 1984, e republicada na Argentina, em Superhumor e Fierro, e Tragaperras.

Entre 1977 e 1982, lançou a série Alvar Mayor, ilustrada por Enrique Breccia, filho de Alberto. A história foi publicada na revista argentina Skorpio e republicada integralmente na Espanha, Itália e França.

Em 1978, foi considerado o melhor autor internacional no Festival de Lucca, na Itália, pelo qual recebeu o prêmio Yellow Kid.

Obra de Carlos Trillo

Sua colaboração com Domingo Mandrafina começou em 1979, com Los misterios de Ulises Boedo. Seria um de seus relacionamentos mais prolíficos. Outros trabalhos incluem: Historias mudas, El contorsionista, Dragger, Peter Kampf, Cosecha Verde, El Iguana, El Husmeante, Spaghetti Brothers (série de 1992 que está sendo relançada na íntegra em francês, pela editora Vents D'ouest), e Viejos Canallas.

Em 1999, Trillo ganhou o prêmio de Melhor Roteirista, no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, por seu trabalho no álbum La grande anarque (edição francesa que publicava as histórias Cosecha Verde e El Iguana).

O trabalho mais recente de Trillo e Mandrafina (junto com Robert Dal Prá) é La Guerra de los Magos, que foi publicado em francês (La Guerre des Magiciens - Tome 1 - Berlin) pela Delcourt em abril de 2011.

Ainda na década de 1980, Trillo foi homenageado no Salón Internacional del Cómic de Barcelona, como o melhor roteirista do ano de 1984. Em 1987, escreveu Gangrène, história desenhada pelo espanhol Juan Giménez.

Foi nesse período que Trillo começou sua parceria com autores como o espanhol Jordi Bernet (de Torpedo) e Eduardo Risso (de 100 Balas).

Seus principais trabalhos com Jordi Bernet são as HQs A Bela e a Fera (lançada no Brasil, num especial de Grandes Aventuras Animal, da VHD Diffusion), de 1985, Custer, Light & Bold, Clara da Noite, Ivan Piire e Cicca Dum Dum.

Obra de Carlos Trillo

Com Risso, seus trabalhos mais conhecidos são Borderline, Fulù (série de cinco partes parcialmente distribuída no Brasil pela Meribérica, que está sendo republicada num encadernado em francês, pela Glénat), Chicanos, Video Noir, Simon, Point de rupture e o Menino-Vampiro, que teve dois volumes lançados pela Mythos Editora.

Junto com Carlos Meglia, Trillo escreveu Irish Coffee, de 1987, e Cybersix, que foi lançada na revista Skorpio em 1992. A última colaboração da dupla foi Red Song, série que teve um volume lançado pela Soleil, mas que foi interrompida pela morte de Meglia, em 2008.

Na última década, Trillo realizou trabalhos com Walter Fahrer (Yo no me Llamo Wilson), Pedro Penizzotto (Neferu), Juan Bonillo (Martin Holmes), O'Kif (Cazados), Laura Scarpa (Come la Vita), Lucas Valera (L'Héritage du colonel) e Pablo Tunica (Jusepe en Amérique).

Trillo havia confirmado sua participação no Crack Bang Boom 2 - Segunda Convención Internacional de Historietas en Rosario, evento programado para ocorrer entre 9 e 12 de junho de 2011, e também no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, de 9 a 13 de novembro deste ano.

Carlos Trillo foi um dos grandes mestres dos quadrinhos. Por isso, não é só a Argentina que está de luto, mas todo o mundo.

Obra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos TrilloObra de Carlos Trillo

 

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