Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Morreu o desenhista francês Fred

3 abril 2013

O desenhista francês Fred (Frédéric Othon Théodore Aristidès), criador do personagem Philémon, faleceu em Paris, na França, aos 82 anos, no último dia 2 de abril. A notícia foi divulgada pelo site l'Observateur de Beauvais.

Fred era filho de imigrantes gregos e nasceu no dia 5 de março de 1931, em Paris. Sua carreira começou aos 15 anos, em 1946, quando publicou alguns desenhos humorísticos na revista OK. Em pouco tempo estava colaborando com jornais e semanários, como Quartier Latin, Zéro, Hebdo Latin, Baladin de Paris, Ici Paris, Paris Match, Paris-Presse, le Rire, le Hérisson, France Dimanche, France-Soir, Punch e The New Yorker.

Ele foi um dos fundadores, junto com Georges Bernier e François Cavanna, de Hara-Kiri, revista de humor anárquico com forte conteúdo político, que não poupava nem a igreja nem o estado e que chegou a ser proibida duas vezes pelo governo francês, em 1961 e 1966. Fred era o diretor de arte da publicação e desenhou mais de 60 capas.

O título foi banido em 1970, pelo ministro Raymond Marcellin, quando publicou a manchete "Baile Trágico em Colombey: Um Morto". A notícia se refere a dois eventos: a morte do general De Gaulle - em Colombey-les-Deux-Églises, no dia 9 de novembro de 1970 - e um incêndio na boate 5-7, ocorrido no dia 1º do mesmo mês e ano, em Saint-Laurent-du-Pont, no qual morreram 146 pessoas.

Fred

A publicação foi relançada no mês seguinte, com um novo nome, Charlie Hebdo. A manchete de capa afirmava: "Não há censura na França!"

Philémon, o mais conhecido personagem de Fred, surgiu em 1965, numa história curta oferecida para a Spirou, mas que saiu nas páginas da Pilote. O personagem tem 15 álbuns publicados e um novo volume, Philémon - Le Train où vont les choses, está previsto para ser lançado ainda em 2013, pela Dargaud. Um álbum desse personagem foi publicado no Brasil pela Cedibra.

Fred ganhou seu primeiro prêmio em 1969, o Prix Phénix deMelhor Roteiro.

Na década de 1970, ele se envolveu com a música e com o cinema. Escreveu diversas canções para Jacques Dutronc, dentre elas Le Fond de l'air est frais. Ele também tem alguns trabalhos realizados junto com o cantor Jacques Brel. Fred escreveu alguns roteiros para curtas-metragens realizados por Daniel Vigne (Le Retour de Martin Guerre), Jacques Rouffio e Gérard Zingg.

Zingg tentou realizar o filme L'Autobus de la haine, longa-metragem com roteiro de Fred, mas não encontrou um produtor interessado. Nesse período, ele conheceu Terry Gilliam, do grupo Monty Python. Gilliam o procurou para um trabalho em conjunto, mas houve um desencontro, pois Fred estava mergulhando nas Ilhas Maldivas e o projeto acabou não se realizando.

Fred

Em 1972, recebeu o prêmio Crayon d'Or décerné par l'ensemble de la presse. No ano seguinte, recebeu o Yellow Kid,o Grande Prêmio de Melhor Autor estrangeiro, no 9º Festival de Luca, na Itália. Em 1977, foi premiado duas vezes, com o Prix Haga pelo conjunto de sua obra e o Grand Prix Loisirs Jeunes.

Fred também escreveu várias HQs em parceria com artistas como Jean-Claude Mézières, Loro, Georges Pichard, Hubuc, Mic Delinx e Alexis.

Em 1980, ele recebeu o Grand Prix do Festival Internacional de Angoulême. E voltou a ser homenageado em angoulême, em 2012, quando foi organizada uma grande exposição sobre sua carreira, Fred l'Enchanteur.

O ministério da cultura da França homenageou Fred duas vezes: em 1983, com a comenda Chevalier des Arts et Lettres, e em 1992, com a medalha de Officier des Arts et des Lettres.

Outras obras conhecidas de Fred são: Le Petit Cirque, de 1972; Histoire du corbac aux baskets, de 1993; e Fredissimo - L'album du millénaire, lançado em 2000.

Chevalier des Arts et Lettres Arte de Fred

Arte de Fred Arte de Fred

Arte de Fred

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