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Morreu o escritor e desenhista francês Paul Gillon

23 maio 2011

Paul Gillon

O escritor e desenhista francês Paul Gillon faleceu no dia 21 de maio, aos 85 anos.

Nascido em Paris, na França, em 11 de maio de 1926, Paul Gillon começou sua carreira em 1940, aos 14 anos, ilustrando partituras de canções famosas e fazendo caricaturas de artistas do teatro e cinema para jornais e revistas como Samedi-Soir, France Dimanche e Gavroche.

Seu traço foi influenciado por Alex Raymond e outros artistas realistas da Era de Ouro das tiras estadunidenses.

Em 1947, tornou-se um dos pilares da revista Vaillant, desenhando
as séries Lynx Blanc (entre 1948 e 1957) e Wango, ambas escritas
por Roger Lécureux.

Arte de Paul Gillon

Gillon também desenha as séries Fils de Chine, uma reconstituição histórica com forte conteúdo político, com roteiro de Lécureux; Le Cormoran, uma história de pirataria escrita por Jean Ollivier; Moby Dick; e Les Voyages de Jérémie, uma série de aventuras na qual ele também assina o roteiro.

As histórias de Jérémie foram publicadas na Pif gadget, revista que sucedeu a Vaillant, entre 1968 e 1972.

Na mesma época, ele também faz desenhos para as revistas 34 Camera, Femmes
D'Aujourd'hui, Reves
e Radar.

Ele foi o artista de 13, rue de l'espoir, tira publicada no jornal
France-Soir, de 1959 até 1972, cujos roteiros eram de Jacques
e François Gall.

Arte de Paul Gillon

Para o Journal de Mickey, um dos títulos mais populares da França,
Gillon ilustrou La Déesse d'or, com enredo de Brigitte Muel, Le
Temps des copains
, baseado num programa de TV; Le Fantôme de Barbe-Noire,
adaptado do filme dos estúdios Disney; e Téva, baseado numa série
de TV.

Seu trabalho mais importante é Os Náufragos do Tempo (Les Naufragés
du temps
), série de ficção-científica, escrita por Jean-Claude
Forest (sob o pseudônimo de Jean-Claude Valherbe), com dez volumes publicados
entre 1964 e 1989. As primeiras histórias foram na revista Chouchou,
entre 1964 e 1965.

Após o cancelamento da Chouchou, o título só voltaria a ser publicado
em 1974, no jornal France-Soir. A partir de 1977, a série
foi publicada na revista Métal Hurlant.

Arte de Paul Gillon

Outras séries de ficção científica do artista incluem Processus de survie,
Léviathans
e La Survivante, este último foi publicado no Brasil,
em 1988, pela editora Martins Fontes (na coleção Ópera
Erótica
), com o título A
Sobrevivente
.

Outros trabalhos incluem um volume sobre a história do socialismo na França, Histoire du socialisme en France, escrito por Claude Moliterni, com prefácio do ex-presidente François Mitterrand; Notre-Dame de Paris, adaptado do romance de Vitor Hugo, por Claude Gendrot; Au nom de tous les miens, com texto de Patrick Cothias, adaptado do livro de Martin Gray (pseudônimo de Mieczysław Grajewski, um sobrevivente do holocausto); Jehanne; La Dernière des salles obscures, com enredo de Denis Lapière; e La veuve blanche.

Um de seus trabalhos mais recentes é a L'Ordre de Cicéron, escrito por Richard Malka. Gillon estava trabalhando no quarto volume desta série e também organizava uma exposição de suas obras na Galeria Champaka, em Bruxelas, na Bélgica.

Gillon tinha uma grande coragem e enorme força de vontade. O artista sofreu de Coccidínia, doença que causa dor no cóccix, durante toda a sua vida.

O artista foi agraciado com o Grand Prix de Angoulême, em 1982.

Arte de Paul GillonArte de Paul GillonArte de Paul GillonArte de Paul GillonArte de Paul Gillon

 

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