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Legião dos Super-Heróis, arte de Keith Giffen
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Morreu o escritor e desenhista Keith Giffen

12 outubro 2023

O quadrinhista estadunidense Keith Ian Giffen faleceu no dia 9 de outubro de 2023, em Tampa, na Flórida, após um derrame cerebral. Ele tinha 70 anos.

Nascido no bairro de Queens, em Nova York, Giffen começou sua carreira na Marvel Comics, com a história The Sword and The Star, escrita por Bill Mantlo, publicada na revista Marvel Preview # 4, de janeiro de 1976. Era um título formato magazine (maior que o tradicional formato americano), em preto e branco e sem o selo do Comic Code Authority.

Mantlo e Giffen criaram Rocky Racum – hoje muito conhecido devido aos filmes da série Guardiões da Galáxia – em Marvel Preview # 7. Outro personagem criado pela dupla é Deus da Mata (Woodgod, no original), que surgiu em Marvel Premiere # 31, em maio de 1976.

Na mesma época ele também desenhava para a DC Comics em títulos como Claw The Unconquered e Challengers of the Unknown.

Durante mais de 2 décadas, o nome de Keith Giffen esteve associado à Legião dos Super-Heróis, da DC Comics. Junto com Paul Levitz, ele criou a Saga das Trevas Eternas (publicado em Legion of Super-Heroes Vol. 2, # 290–294), um dos clássicos da editora centrado no vilão Darkseid.

Em 1984, Levitz e Giffen relançaram a revista da Legião dos Super-Heróis (o terceiro volume do título). A série acabou em agosto de 1989 e foi mais uma vez relançado em novembro do mesmo ano, desta vez com Giffen nos enredos e desenhos, Tom e Mary Bierbaum nos diálogos e Al Gordon na arte-final.

Essa quarta versão da Legião é considerada por muitos como o ponto mais alto da carreira de Giffen. Foi nela que Giffen encerrou a vida de Darkseid, na aventura de quatro partes chamada The Quiet Darkness.

Nesta revista e na sua derivada, Legionários, que artistas como Stuart Immonen, Jason Pierson e Chris Sprouse começaram a se destacar.

Giffen era muito criativo e tinha um humor ácido que estava sempre presente em seus enredos. Quando surgiu, seu traço era limpo, com linhas bem definidas, mas na década de 1980, após estudar profundamente o trabalho de José Muñoz, modificou radicalmente sua arte, que passou a ser mais escura, distorcida, com muita variação no peso de suas linhas.

Em 1986, foi acusado de plágio num artigo de Mark Burbey, no The Comics Journal. O episódio teve algum impacto nesse período de sua carreira. Comentando o assunto em 2000, Giffen disse que nunca copiou diretamente (com vegetal, mesa de luz, etc) o trabalho de Muñoz, mas que sofreu tamanha influência da arte desse artista, que criava uma estética similar de memória.

Outro ponto alto da carreira de Giffen foi a revista da Liga da Justiça Internacional, lançada em 1987 (chamada carinhosamente de “Liguinha”, no Brasil). Ele e J.M. DeMatteis cuidavam dos roteiros e Kevin Maguire fazia o desenho.

Foi nessa fase que surgiram personagens hilários como o Lanterna Verde G'Nort, o robô L-Ron, Maxwell Lord e a Liga da Justiça Antártica, um grupo formado pela Liga da Injustiça sob a liderança de Major Disaster.

O DeMatteis, Giffen e Maguire se reuniram, em 2003, para fazer a minissérie Já fomos a Liga da Justiça. Dois anos mais tarde repetiram a dose com Não acredito que não é a Liga da Justiça, publicada no título JLA Classified.

Lobo também é cocriação de Keith Giffen. O Último Czarniano surgiu em Omega Men # 3, em 1983, de Roger Slifer e Giffen. Lobo voltaria em outras minisséries escritas por Giffen, com arte de Simon Bisley.

Escritor e desenhista prolífico, Giffen trabalhou em Os Defensores, All Star Comics, 52, Countdown to Infinite Crisis, Action Comics, Hex, Batman, Heckler, Nick Fury's Howling Commandos, Reign of the Zodiac, Suicide Squad, Trencher, T.H.U.N.D.E.R. Agents, Vext, Division 13, Agents of Law, Superpatriot, Ambush Bug, Video Jack, Metal Men, Dr. Fate, Doom Force, X-O Manowar, Magnus, Robot Fighter, Punx e até Solar, Man of the Atom.

Em meados da década de 1990, Giffen largou os quadrinhos para fazer storyboards para filmes e seriados de televisão.

Em 2006 fez o crossover Aniquilação para a Marvel Comics. Giffen escreveu diversas minisséries desse evento, incluindo Drax the Destroyer, Annihilation Prologue, Annihilation, Annihilation – Heralds of Galactus, Annihilation - Silver Surfer e Annihilation Conquest – Star Lord. O evento redefiniu o lado cósmico do Universo Marvel.

No mesmo ano, reinventou o Besouro Azul para a DC ao lado de John Rogers e Cully Hamner, apresentando a versão que chegou aos cinemas este ano: o jovem Jaime Reyes ganha poderes a partir de um artefato alienígena conhecido como escaravelho.

Em 2011 ele coescreveu (ao lado de Dan Didio) e desenhou OMAC para a fase Novos 52 da DC, atualizando o personagem criado por Jack Kirby. Nos anos seguintes, continuou trabalhando regularmente em diversos projetos em parcerias com autores como Jeff Lemire, Dan Jurgens, Brian Azarrelo e até mesmo a a desenhista brassileira Bilquis Evely.

Após seu falecimento a família do artista respeitou um de seus últimos desejos e publicou em seu perfil uma piada: “Eu disse a eles que estava doente... Qualquer coisa para evitar a New York Comic Con. Obrigado. Keith Giffen (1952-2023) Bwah ha ha ha ha”.

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