A assembleia
geral destinada a resolver os problemas da editora independente l'Association
foi realizada em 11 de abril, às 11h, no Point Éphémère,
em Paris, na França.

Estavam presentes: Jean-Cristophe Menu (um dos fundadores e diretor da entidade por 20 anos), funcionários, membros fundadores (David B., Lewis Trondheim, Patrice Killoffer), diversos advogados, autores como Charles Berberian, amigos, jornalistas, outros interessados e até alguns curiosos, num total de 304 participantes.

O clima foi tenso. De um lado, Jean-Cristophe Menu e seus colaboradores; de
outro, o resto dos fundadores da editora, funcionários e outros interessados.

Os participantes propuseram duas listas de nomes para a composição de uma nova mesa diretora da empresa, que foi votada depois de muita discussão e algumas reviravoltas.

A lista de Menu incluía pessoas ligadas a ele, como Etienne Robial (um dos
fundadores da Futurópolis),
Guillaume Dégé (professor da École supérieure des arts décoratifs
de Estrasburgo), Stéphane Distinguin, Zab Chipot, Patricia Perdrizet (presidente
da l'Association, considerada ilegítima pelos outros fundadores),
Dominique Radrizzani e Laetitia Zuccarelli.

Do outro lado estavam: Lewis Trondheim, David B., Killoffer, Mokeït, Mattt Konture, Stanislas numa lista que incluía o nome de Jean-Christophe Menu.

No final, prevaleceu a lista dos fundadores, que retornam à mesa diretora
da l'Association, ao lado de Menu.

Veja abaixo a lista com os totais dos votos:
Jean-Cristophe Menu (fundador e diretor): 297 votos
Patrice Killoffer (fundador): 223 votos
David B (fundador): 222 votos
Mokeït (fundador): 222 votos
Lewis Trondheim (fundador): 221 votos
Mattt Konture (fundador): 220 votos
Stanislas (fundador): 219 votos
Etienne Robial: 81 votos
William Dégé: 79 votos
Stéphane Distinguin: 79 votos
Zab Chipot (secretário-geral): 76 votos
Patricia Perdrizet (presidente): 61 votos
Dominique Radrizzani (curador de um museu em Vevey, na Suíça): 22 votos
Laetitia Zuccarelli (antiga tesoureira): 3 votos

Três votos foram considerados inválidos.

Esta assembleia geral foi a última etapa de um processo que está em andamento há anos, incluindo mais de uma dúzia de tentativas de reconciliação entre as partes sem grande sucesso.

Numa entrevista ao jornal Libération — que publicou um longo e detalhado artigo sobre o assunto, se referindo ao problema como Waterloo e Guerra Civil —, Trondheim disse que a situação é insolúvel.

Segundo Trondheim, Menu não admite ser contrariado, não age de maneira razoável, só quer publicar obras avant-garde que vendem apenas 1.500 cópias (um fato muito complicado no atual mercado franco-belga). Para Trondheim, Menu deveria ser excluído da diretoria.

Menu se defende dizendo que está sendo difamado e perseguido, que está sendo
impossibilitado de realizar seu trabalho. Para ele, a situação é patética.
Menu disse querer ser criticado apenas por seu trabalho.

As brigas entre Menu e os outros fundadores são antigas e a maioria delas não foi resolvida. É difícil prever o que acontecerá com o grupo e com a editora.

A l'Association é considerada fundamental para os independentes, e vários editores, como Jean-Louis Gauthey, da Cornélius, se envolveram com o problema.