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Natania Nogueira e o desafio de montar uma Gibiteca

31 maio 2007

A
professora Natania Nogueira resolveu encarar um desafio: criar uma Gibiteca
na escola E M Judith LinTz Guedes Machado, em Leopoldina, Minas Gerais.
E teve sucesso.

Tudo começou com uma pequena sala. Com a colaboração de alunos da 8ª série,
em 2006, um depósito foi disponibilizado para o projeto. Os alunos carregaram
livros, arrumaram estantes, fizeram a limpeza e teve inicio a Gibiteca.

Natania solicitou doações, em listas de quadrinhos e escrevendo para editoras.
Com as caixas de revistas começando a chegar, mais pessoas passaram a
ajudar.

No
começo de 2007, todos os professores e alunos da escola Judith Lintz
Guedes Machado
abraçaram o projeto. O espaço ganhou desenhos nas paredes,
e a escola pagou uma pintora para colori-los. Em 11 de maio aconteceu
uma cerimônia de inauguração, com a presença de representantes de outras
escolas e autoridades.

No dia 18 de maio, foi realizado um seminário sobre quadrinhos, com participação
de 230 professores, em que marcaram presença Waldomiro Vergueiro (USP),
que colaborou bastante com o projeto; Octavio Aragão (UFES); Arthur
Soffiat (UFF); Valéria Fernandes (doutoranda em história na UnB
e escritora de artigos sobre mangá).

O projeto obteve apoio da Secretaria Municipal de Educação e da
Superintendência de Ensino (que representa a Secretaria Estadual
de Educação
).


A Gibiteca prepara seu primeiro Concurso de HQs e, em breve, a primeira
Oficina de Quadrinhos. Hoje já são cerca de 1.500 revistas - pouco, ainda,
para 700 alunos, mas um bom começo.

Natania informou ao Universo HQ os motivos de trabalhar em prol
deste espaço para quadrinhos, confira:

"Porque aprendi muito lendo quadrinhos. Foi praticamente uma das primeiras
coisas que li, mesmo minha família não podendo comprar. Eu lia na casa
dos meus primos, na Biblioteca Pública. Acho que sou uma boa leitora porque
lia muito quadrinhos", afirmou.

A professora de história acredita que os quadrinhos vão melhorar a habilidade
de ler e interpretar textos dos alunos, principalmente nos documentos
escritos, pois, sem essa habilidade, por melhor que seja a explicação,
a aprendizagem não ocorre.


"Tenho esperança de que lendo quadrinhos os meus alunos atuais e futuros
(a escola atende de 1ª a 8ª série, além de ter ensino infantil)
não só ganhem gosto pela leitura, como ampliem seu vocabulário. Minha
escola atende alunos de baixa renda, dos 5 aos 50 anos (literalmente)
e não temos muitos recursos. A Gibiteca era uma ótima opção de projeto
e que não dependia de vontade política, entende? Teríamos um laboratório
de ensino criado e administrado por nós mesmos", concluiu Natania.

A Gibiteca conta com um blog dos mais bacanas, atualizado com notícias
do espaço e informações em geral sobre quadrinhos. Para conhecer, clique
aqui
.

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