Neal Adams, Joe Kubert e Stan Lee reunidos numa HQ para ajudar uma sobrevivente do Holocausto
Uma
grande injustiça reuniu três grandes nomes dos quadrinhos norte-americanos,
Neal Adams, Joe Kubert e Stan Lee, numa HQ para ajudar Dina Gottliebova
Babbitt, uma sobrevivente do Holocausto.
A Sra. Babbitt, atualmente com 85 anos de idade, esteve dois anos internada
no campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial,
e sobreviveu graças ao seu talento artístico, pintando retratos em aquarelas
para o Dr. Josef Mengele, o médico que decidia quem seria executado
e quem iria fazer trabalhos forçados (conhecido entre os prisioneiros
de Auschwitz como o "Anjo da Morte", também ganhou notoriedade
por seus experimentos com seres humanos. Ele se refugiou no Brasil após
a guerra e morreu em 1979).
Mengele estava insatisfeito com as fotografias tiradas dos ciganos, que
seriam usadas para provar a "inferioridade" deles, e pediu à
Sra. Babbitt que pintasse retratos dos ciganos, para melhor capturar o
tom da pele.
Parte de suas pinturas sobreviveu à guerra e se encontra hoje exposta
no Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau, na Polônia.
Apesar dos pedidos da Sra. Babbitt para reaver seus quadros, o museu tem
se negado a atendê-la. Segundo a entidade, as obras foram adquiridas ao
longo dos anos, de outros sobreviventes de Auschwitz, e são uma prova
importante do genocídio nazista.
Em 2006, 450 desenhistas assinaram uma petição para que o museu devolvesse
as pinturas. Foi quando Rafael Medoff, diretor do Instituto David
S. Wyman, que estuda o Holocausto, se encontrou com Neal Adams.
O atual projeto surgiu deste encontro.
Adams
leu o resumo da petição e decidiu que poderia ser adaptado como uma HQ
de seis páginas. A história tem roteiro de Medoff; desenhos e parte da
arte-final feitos por Neal Adams; conta com a colaboração de Joe Kubert,
na arte-final; e tem uma introdução de Stan Lee.
A história já foi oferecida para a Marvel
e para a DC,
embora nenhuma das companhias tenha até o momento tomado uma decisão sobre
sua publicação.
Após a guerra, a Sra. Babbitt mudou-se para a Califórnia, nos Estados
Unidos, e trabalhou por mais de 17 anos com animação em grandes estúdios,
como a MGM e a Warner Bros, desenhando
personagens como Ligeirinho e Patolino.
Espera-se que essa nova iniciativa faça com que o museu finalmente devolva
as pinturas a Dina Babbitt.
A história (em inglês) pode ser lida aqui,
em formato PDF.