Negrinha, novidade francesa da Desiderata
Já
está nas livrarias mais uma novidade da Desiderata.
Trata-se do álbum Negrinha (formato 17 x 24 cm, 104 páginas, R$
44,90), escrito por Jean-Christophe Camus e desenhado por Olivier Tallec,
ambos franceses e praticamente desconhecidos no mercado nacional.
A história se passa no Rio de Janeiro da década de 1950 e lida especialmente
com o racismo e as diferenças sociais. A personagem principal, a adolescente
Maria, foi criada no luxuoso bairro de Copacabana sem saber que seus parentes
viviam na favela do Cantagalo (hoje Pavão-Pavaõzinho).
Pior: sua mãe, Olinda, que é negra, faz de tudo para que a menina não
se aproxime de outros negros e nem de pessoas pobres. Isso fica ressaltado
em frases como "Você é uma morena de Copacabana, não é uma negrinha da
favela" ou "Você não é uma negrinha; é morena, é quase branca".
Mas quando a garota conhece suas origens na favela e se encanta pelo garoto
bom de samba Toquinho, que vende lembranças na praia, as preocupações
da mãe começam a aumentar.
A obra tem prefácio assinado pelo cantor e compositor Gilberto Gil; e
o sambista Cartola faz uma discreta "ponta" na história. O roteirista
Jean-Christophe Camus é filho de mãe brasileira.
Olivier Tallec, que esteve no 6º
Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, estreia
nos quadrinhos com este trabalho. Ele é ilustrador de origem. Atualmente,
trabalha na continuação de Negrinha.