Neil Gaiman mostra sua visão do Universo Marvel em 1602
No
século 17, o grito dos condenados e a fumaça das fogueiras da Inquisição
misturam-se aos estranhos fenômenos climáticos que, segundo muitos, prenunciam
o fim dos tempos.
A já idosa rainha Elizabeth I governa a Inglaterra, mas o Rei James, da
Escócia, almeja ampliar seus domínios tomando para si a coroa inglesa.
É nesse cenário sombrio, permeado de intrigas e complôs, que o roteirista
e escritor inglês Neil Gaiman - autor de livros como Coraline, Deuses
Americanos, Bons Presságios e Fumaça e Espelhos, além da série
Sandman - lança os maiores ícones do Universo Marvel em
1602 (minissérie em quatro edições, formato americano), que chega
às bancas este mês.
Desenhada por Andy Kubert e pintada por Richard Isanove - os mesmos da
minissérie Origem - a obra é o primeiro trabalho de Gaiman para
a Marvel e o ajudou a custear sua batalha legal contra o desenhista
e empresário canadense Todd McFarlane pelos direitos do personagem Miracleman
(que acabou sendo vencida por Gaiman, em fevereiro deste ano). As capas
ficam a cargo de Scott McKowen.
A história passa-se no ano de 1602 e transporta muitos rostos conhecidos
dos fãs de quadrinhos até 400 anos no passado. Assim, Sir Nicholas Fury
surge como espião-chefe do Serviço de Inteligência de Sua Majestade. A
ele une-se o médico e mago real, Stephen Strange, para descobrir a verdade
por trás dos estranhos fenômenos climáticos.
Perseguido pela Inquisição, os "sanguebruxos" (mutantes) são protegidos
por Carlos Javier em um santuário na Inglaterra. Paralelamente, um misterioso
tesouro - que também pode ser uma poderosa arma desconhecida - é enviado
pelo último dos Cavaleiros Templários de Jerusalém até os domínios da
rainha. Algo que pode salvar o mundo ou destruí-lo, e que já está atraindo
a atenção de pessoas como o conde Otto Von Doom, o Formoso.
Embora à primeira vista pareça uma história alternativa ou algo do gênero,
Gaiman destaca que a trama se passa no Universo Marvel oficial.
Segundo o escritor, trata-se de uma realidade na qual "o poderoso mundo
Marvel começou sua existência 400 anos antes, por razões que se
tornarão aparentes com o progresso da série". O autor garante também que
não é preciso conhecimento prévio deste universo para entender e apreciar
a mini, que foi concebida para ser plenamente acessível tanto aos fãs
quanto aos que nunca leram um gibi.
A primeira edição de 1602 terá 64 páginas, e custará R$ 5,00. As
outras três edições terão 48 páginas ao preço de R$ 4,50. A minissérie
tem distribuição setorizada, e é um lançamento da Panini
Comics.