Novidades da Marca de Fantasia
A
Marca de Fantasia continua seu trabalho investindo e apostando
nos quadrinhos nacionais.
Confira as mais recentes opções da editora:
Maria: espirituosa há 30 anos (formato 14 x 20 cm, 84 páginas, R$ 10,00), de Henrique Magalhães, apresenta a personagem que fez sua primeira aparição há três décadas na imprensa paraibana, nos jornais diários e suplementos. Em seguida, ganhou sua própria revista independente, circulou nos fanzines, livros e álbuns.
Maria surgiu no bojo da cultura alternativa, cultura de resistência a um contexto político de exceção. Sua fonte de inspiração foi a efervescência política e social do país, que lhe deu um caráter político semelhante à charge, no início de sua criação. As primeiras tiras da personagem traziam o grito contra o cerceamento político e intelectual, mas também a crítica às desigualdades sociais e aos costumes conservadores arraigados.
Com a publicação diária nos jornais paraibanos, Maria pôde ser aprimorada no aspecto gráfico e na concepção do humor, passando dos fatos políticos imediatos ao humor intemporal, da contestação política explícita às contradições da política do quotidiano. Essa transformação no perfil da personagem foi também um reflexo das mudanças no país, com a abertura política e a redemocratização. Nesse novo ambiente, que teve seu ápice no início da década de 1980, novas questões políticas e sociais viriam à tona.
Outras políticas se tornariam o enfoque favorito de Maria, como a luta das minorias por afirmação, a solidão nos centros urbanos, os preconceitos diversos. Maria tornou-se uma personagem em mutação, tendo como fio condutor a inquietação frente aos valores estabelecidos.
Já
Vidas solitárias (formato 14 x 20 cm, 56 páginas, R$ 10,00), é
um livro com a adaptação de uma série de contos para as histórias em quadrinhos.
Os contos de José Salles foram transcritos para a linguagem visual por
Emanuel Thomaz, que fez os desenhos e Marcelo Marat, que elaborou os roteiros.
O ponto a se ressaltar nesta obra é o universo denso dos desejos obscuros, das tensões sociais e culturais, do submundo que envolve as personagens. O traço de Emanuel Thomaz reforça o aspecto "marginal" típico dos quadrinhos underground, tão caro das tramas imaginadas por José Salles. Marcelo Marat mostra o capricho de sua narrativa, desenvolvendo um trabalho de adaptação que exige mais que o cuidado com a obra original, mas o domínio da tessitura de uma outra linguagem.
Confira outras informações sobre as obras e seus criadores no site da editora.